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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Quaresma - para refletir

Hoje transcrevemos um texto convidativo à reflexão:




"Desde que entramos neste corpo mortal, a morte nunca mais deixou de estar a vir (...) O tempo que se vive, é vida que se corta e cada dia que passa, é menos vida que nos fica. O tempo da nossa vida é caminho para a morte onde não está previsto um segundo de atraso (...). Se começarmos a morrer logo que, em nós, começa a actuação da morte, deve dizer-se que começamos a morrer logo que começamos a viver (...). Consumida a vida, fica terminada a morte que se vinha realizando pouco a pouco. Por isso, o homem nunca está em vida: é mais um morto que um vivo- já que não pode estar simultaneamente morto e vivo".

(In: De Civitate Dei - Santo Agostinho)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Comunicado sobre a renúncia do Papa Bento XVI


Não é apenas uma mensagem mais sobre a "saída de Bento XVI". 

Transcrevemos, abaixo, o comunicado do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa sobre a renúncia do Papa Bento XVI, disponibilizado no site da Diocese do Porto:




Com surpresa recebemos a notícia da decisão do Papa Bento XVI de renunciar ao ministério que recebeu como Bispo de Roma, sucessor de Pedro e pastor da Igreja universal. Mas esta surpresa depressa se tornou em admiração agradecida pela sua corajosa lucidez em reconhecer as limitações de saúde e forças para exercer adequadamente o ministério ao serviço da Igreja e para bem de toda a humanidade. Com este gesto, o Papa, «servo dos servos de Deus», nos ensina que todo o poder na Igreja é serviço.

Queremos agradecer a Deus o precioso dom do pontificado de Bento XVI, que nos revelou uma fé forte e constante; o zelo apostólico de quem se fez tudo para todos, não excluindo ninguém independentemente da sua ideologia ou religião; o estilo pessoal de grande simplicidade com que nos comunicou acessivelmente o seu pensamento culto e profundo; a coragem heroica com que afrontou os problemas que surgiram e defendeu a paz, a justiça e os mais pobres.

Estando a poucos dias da renúncia de Bento XVI, queremos exprimir o nosso profundo afeto e gratidão e unimo-nos à sua futura missão que assim resumiu: «quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a santa Igreja de Deus». O seu exemplo de orante é para nós um incentivo a considerarmos a oração como parte integrante da missão da Igreja.

Pedimos a oração dos católicos e de todos os crentes para que os Cardeais, inspirados pela conclusão do Concílio de Jerusalém – «O Espírito Santo e nós assim decidimos» –, saibam discernir e escolher o candidato mais apto para assumir a missão de sucessor do apóstolo Pedro.

Fátima, 18 de fevereiro de 2013

As Bem-Aventuranças em tempo de Quaresma



A Quaresma é um tempo de reflexão e de preparação para aquele que é o motivo do ser cristão. Torna-se assim importante parar e escutar a mensagem que Jesus nos deixou, em cada uma das Suas palavras e atos.
A sociedade encontra-se numa situação complicada e a busca pela felicidade parece, por vezes, loucura. No entanto a felicidade é o projeto que Deus traça para cada um de nós.
Mas como é possível ser feliz? As respostas que se pode encontrar no quotidiano apenas preenchem momentaneamente o espirito e é preciso estar consciente que há valores que são o fundamento da felicidade para que esta seja completa e estável. Através das Bem-Aventuranças, Jesus renova os Mandamentos e propõe um projeto assente em valores sólidos e sendo estes o caminho a seguir:
- Bem-aventurados os pobres em Espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
O pobre de espírito representa a pessoa humilde, trabalhadora, justa, caridosa e solidária. Ela depositara em Deus toda a sua confiança, e a sua vida. Ao viver desta forma o desejo de Jesus concretiza-se. A Eucaristia é o alimento dos pobres em espírito.
- Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.
Jesus revela-nos uma nova realidade ao compreender a dor do ser Humano. Ele mostra-nos que a verdadeira paz pode ser alcançada; esta está em Deus que sempre esteve ao nosso lado ao longo dos tempos: Nele encontramos a paz interior e o consolo verdadeiro.
- Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.
Mansos são aqueles que mais do que evitar a guerra, promovem a Paz. O Reino de Deus começa na Terra e faz sentido que o Homem se possa esforçar por um mundo melhor. Assim Jesus pede que cada um de nós seja pró-ativo na conquista de um Mundo melhor.
- Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados.
A fome significa a lembrança do Deus que nos dá a vida. Jesus disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem acredita em mim nunca mais terá sede”. Acreditamos que Deus fará justiça aos que são oprimidos pela injustiça.
- Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Misericórdia é olhar para a miséria do outro, do próximo, com o coração e não com a razão. É por isso que os “misericordiosos” têm uma atitude diferente face a qualquer realidade. Jesus insiste na virtude da misericórdia e aqueles que têm o espírito de Jesus misericordioso terão uma atitude de amor, de perdão, de compreensão, de partilha. Como recompensa serão felizes e alcançarão a misericórdia.
- Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
Segundo Jesus "é do coração que vêm as más intenções: crimes, adultério, imoralidade, roubos, falsos testemunhos, calúnias. Essas coisas é que tornam o homem impuro...". No Antigo Testamento, a pureza dependia de uma série de ritos mediante os quais as pessoas tinham acesso a Deus. Na nova Aliança, a pureza é sinónimo de opção pelo Reino de Deus e de respeito pela vida das pessoas, sem preconceito sobre quem nos rodeia.
- Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
Quem trabalha para alcançar a paz entre os homens, segue a vontade de Deus, porque Deus é sinónimo de paz. A promoção da paz é fruto de pureza de coração e de misericórdia. A paz que o Evangelho propõe é a dignidade da vida em todos os sentidos. Não se trata de uma paz meramente pessoal, mas também a nível social, a paz entre todos os Homens.
- Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu.
A perseguição é um dos ingredientes principais da vida cristã. Jesus prometeu felicidade aos perseguidos. Afirmou que a vida cristã não seria fácil. Muitos foram perseguidos injustamente, foram afrontados, caluniados e até mortos por causa de Cristo, entretanto o mestre afirmou que esse tipo de perseguição é motivo de alegria e não de tristeza. 
Jesus concluiu afirmando: “Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus”. Movidos por esta certeza, devemos viver uma vida alicerçada nos padrões do reino de Deus, ainda que isso implique sofrer duras e difíceis perseguições.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Mensagem do Ano da Fé às crianças




Mais uma vez recorremos à Agência Ecclesia e a uma das notícias constantes do seu site. Desta vez fala-nos de uma aproximação da Igreja às crianças, feita pelo bispo de Bragança-Miranda onde incentiva os mais novos a serem “sementes de futuro”.

Numa mensagem intitulada “a fascinante aventura da fé”, publicada pelo jornal Mensageiro de Bragança, D. José Cordeiro realça que o primeiro passo para viver a relação com Deus é aceitar o “imenso amor” que ele “dedica” a todas as pessoas.

“Às vezes estamos distraídos e não nos damos conta da beleza deste amor que nos envolve, não sabemos entender a sua linguagem”, salienta o prelado, que destaca a Eucaristia como principal chave para a compreensão desse mistério.

“Através do Pão onde se faz presente, Jesus mostra como a vida de cada pessoa precisa da sua vida para viver com mais alegria, mais profundidade, mais verdade”. Quando alguém se alimenta desse Pão, Cristo passa a fazer “parte” da “vida” dessa pessoa. “É este o grande milagre celebrado em cada missa”, explica o responsável católico.

Numa altura em que a Igreja está a realizar a caminhada quaresmal rumo à Páscoa, onde se celebra a morte e ressurreição de Jesus, o bispo de Bragança-Miranda recordou que a entrega de Cristo na Cruz deve ser para todos “ um sinal de como é belo amar os outros e manifestar esse amor em gestos concretos”.

“Fazer um esforço por dar felicidade àqueles que amamos exige, por vezes sacrifício, uma certa dor, mas é fonte de muita alegria. Dar o perdão a um amigo, obedecer a quem pede ajuda, consolar um colega que está triste, não responder com agressividade… exige valentia e alguma dor. Mas esta ferida do amor faz florescer a vida, é como a vida de Jesus”, aponta D. José Cordeiro.

O prelado termina a sua carta convidando as crianças a participarem nas celebrações pascais de Quinta, Sexta e Sábado-Santo, bem como de Domingo de Páscoa, entre 28 e 31 de março, “porque a Liturgia é a grande escola da fé” e todos os cristãos devem ser “ser bons alunos na escola de Jesus”

Reforça ainda o caráter essencial do Ano da Fé, proposto às comunidades católicas pelo Papa Bento XVI e que se vai prolongar até novembro.

D. José Cordeiro pede aos mais novos que aproveitem este tempo para cuidarem com “muita atenção” da sua relação com Deus e que não deixem esmorecer a luz que Cristo “acendeu” nas suas vidas, através do batismo.
“Continuo a contar muito com cada um de vós, com a vossa vontade de crescer, com a amizade que quereis cultivar com Jesus, com a vossa capacidade de amar. Espero mesmo a vossa ajuda: juntos podemos fazer crescer em santidade e bondade a nossa Igreja de Bragança-Miranda”, conclui.

Agora e sempre se devem repetir as Palavras de Jesus: deixai vir a mim as crianças.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Bento XVI e São Teotónio


Mais uma vez, transcrevemos uma publicação da Agência Ecclesia (texto adaptado). Por certo muitos nem saberiam que o primeiro santo português é São Teotónio e neste artigo está exposta a semelhança entre ele o Papa Bento XVI.

O vigário geral da Diocese de Viana do Castelo recordou este domingo, em Monção, que o primeiro santo português renunciou às funções quando era já idoso para se entregar a uma vida orante, à semelhança do atual Papa.

“No fim da vida São Teotónio deixou o priorado para se dedicar totalmente à oração, e o mesmo fez Bento XVI”, afirmou o padre Sebastião Ferreira, citado pelo coordenador do arciprestado monçanense, monsenhor Avelino Felgueiras, em declarações prestadas hoje à Agência ECCLESIA.

O paralelismo foi avançado no encerramento das 24.ªs Jornadas Teotonianas, que de sexta-feira a domingo debateram em Monção o tema ‘Atualidade do Concílio Vaticano II, 50 anos depois’.

A iniciativa evoca São Teotónio, nascido cerca de 1082 no concelho vizinho de Valença do Minho e que morreu em 1162, depois de ter estado ligado ao primeiro rei português, D. Afonso Henriques, no estabelecimento e consolidação da nacionalidade.

A Igreja Católica assinala hoje (18 de Fevereiro) a memória litúrgica de São Teotónio, padroeiro principal da Diocese de Viseu e padroeiro secundário da Diocese de Viana do Castelo e da cidade de Coimbra.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Outro ponto de vista




Hoje partilhamos outro ponto de vista, anónimo, sobre a resignação do Papa Bento XVI e também sobre a Igreja. O texto que abaixo reproduzimos está a circular nas redes sociais (facebook, por exemplo) e foi-nos dado a conhecer pela nossa catequista Cátia. Digam-nos a vossa opinião:

"Tenho 23 anos e ainda não entendo muitas coisas. E há muitas coisas que não se podem entender as 8h da manhã quando te acordam para dizer em poucas palavras: “Daniel, o papa renunciou.” Eu apressadamente contestei: “Renunciou?”. A resposta era mais que óbvia, “Renunciou, Daniel, o papa renunciou!”.
Eu sou católico. Um de muitos. Desses que durante sua infância foi levado à missa, cresceu e criou apatia. Em algum ponto ao longo da estrada deixei pra lá toda a minha crença e a minha fé na Igreja, mas a Igreja não depende de mim para seguir, nem de ninguém (nem do Papa). Em algum ponto da minha vida, voltei a cuidar da minha parte espiritual e assim, de repente e simplesmente, prossegui um caminho no qual hoje eu digo: Sou católico. Um de muitos sim, mas católico por fim. Mas assim sendo um doutor em teologia, ou um analfabeto em escrituras (desses que há milhões), o que todo mundo sabe é que o Papa é o Papa. Odiado, amado, objeto de provocações e orações, o Papa é o Papa, e o Papa morre sendo Papa. Por isso hoje quando acordei com a notícia, eu, junto a milhões de seres humanos, nos perguntamos “por que?”. Por que renuncia senhor Ratzinger? Sentiu medo? Sentiu a idade? Perdeu a fé? A ganhou? E hoje, 12 horas depois, creio que encontrei a resposta: O senhor Ratzinger renunciou toda a sua vida.
Eu sou católico. Um de muitos. Desses que durante sua infância foi levado à missa, cresceu e criou apatia. Em algum ponto ao longo da estrada deixei pra lá toda a minha crença e a minha fé na Igreja, mas a Igreja não depende de mim para seguir, nem de ninguém (nem do Papa). Em algum ponto da minha vida, voltei a cuidar da minha parte espiritual e assim, de repente e simplesmente, prossegui um caminho no qual hoje eu digo: Sou católico. Um de muitos sim, mas católico por fim. Mas assim sendo um doutor em teologia, ou um analfabeto em escrituras (desses que há milhões), o que todo mundo sabe é que o Papa é o Papa. Odiado, amado, objeto de provocações e orações, o Papa é o Papa, e o Papa morre sendo Papa. Por isso hoje quando acordei com a notícia, eu, junto a milhões de seres humanos, nos perguntamos “por que?”. Por que renuncia senhor Ratzinger? Sentiu medo? Sentiu a idade? Perdeu a fé? A ganhou? E hoje, 12 horas depois, creio que encontrei a resposta: O senhor Ratzinger renunciou toda a sua vida.

O papa renunciou. Assim amanheceu escrito em todos os jornais, assim amanheceu o dia para a maioria, assim rapidamente alguns tantos perderam a fé e outros muitos a reforçaram. Poucas pessoas entendem o que é renunciar.

Simples assim.



O papa renunciou a uma vida normal. Renunciou ter uma esposa. Renunciou ter filhos. Renunciou ganhar um salário. Renunciou a mediocridade. Renunciou as horas de sono pelas horas de estudo. Renunciou ser só mais um padre, mas também renunciou ser um padre especial. Renunciou preencher a sua cabeça de Mozart, para preenchê-la de teologia. Renunciou a chorar nos braços de seus pais. Renunciou a, tendo 85 anos, estar aposentado, desfrutando de seus netos na comodidade de sua casa e no calor de uma lareira. Renunciou desfrutar de seu país. Renunciou seus dias de folga. Renunciou sua vaidade. Renunciou a defender-se contra os que o atacavam. Sim, isso me deixa claro que o Papa foi, em toda sua vida, muito apegado à renuncia.

E hoje, voltou a demonstrar. Um papa que renuncia a seu pontificado quando sabe que a Igreja não está em suas mãos, mas nas mãos de alguém maior, parece ser um Papa sábio. Nada é maior que a Igreja. Nem o Papa, nem seus sacerdotes, nem os laicos, nem os casos de pedofilia, nem os casos de misericórdia. Nada é maior que ela. Mas ser Papa nesse tempo do mundo, é um ato de heroísmo (desses heroísmos que acontecem diariamente em nosso país e ninguém nota). Recordo sem dúvida, as histórias do primeiro Papa. Um tal... Pedro. Como morreu? Sim, em uma cruz, crucificado igual ao teu mestre, mas de cabeça para baixo. Hoje em dia, Ratzinger se despede de modo igual. Crucificado pelos meios de comunicação, crucificado pela opinião pública e crucificado pelos seus irmãos católicos. Crucificado pela sombra de alguém mais carismático. Crucificado na humildade que tanto dói entender. É um mártir contemporâneo, desses que se pode inventar histórias, a esses que se pode caluniar e acusar a vontade, que não respondem. E quando responde, a única coisa que faz é pedir perdão. “Peço perdão pelos meus defeitos”. Nem mais, nem menos. Quanta nobreza, que classe de ser humano. Eu poderia ser mórmon, ateu, homossexual e abortista, mas ver uma pessoa da qual se dizem tantas coisas, que recebe tantas críticas e ainda responde assim... esse tipo de pessoa, já não se vê tanto no mundo.

Vivo em um mundo onde é engraçado zombar o Papa, mas que é um pecado mortal zombar um homossexual (e ser taxado como um intolerante, fascista, direitista e nazista). Vivo em um mundo onde a hipocrisia alimenta as almas de todos nós. Onde podemos julgar um senhor de 85 anos que quer o melhor para a Instituição que representa, mas lhe indagamos com um “Com que direito renuncia?”. Claro, porque no mundo NINGUÉM renuncia a nada. Ninguém se sente cansado ao ir pra escola. Ninguém se sente cansado ao ir trabalhar. Vivo um mundo onde todos os senhores de 85 anos estão ativos e trabalhando (sem ganhar dinheiro) e ajudam às massas. Sim, claro.

Mas agora sei, senhor Ratzinger, que vivo em um mundo que vai sentir falta do senhor. Em um mundo que não leu seus livros, nem suas encíclicas, mas que em 50 anos se lembrará como, com um simples gesto de humildade, um homem foi Papa, e quando viu que havia algo melhor no horizonte, decidiu partir por amor à sua Igreja. Vá morrer tranquilo senhor Ratzinger. Sem homenagens pomposas, sem um corpo exibido em São Pedro, sem milhares aclamando aguardando que a luz de seu quarto seja apagada. Vá morrer, como viveu mesmo sendo Papa: humildemente.

Bento XVI, muito obrigado por renunciar."

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Via Sacra




A Via Sacra é, sobretudo, um exercício espiritual. Esta é uma oração que tem como objectivo meditar na paixão, morte e ressurreição de Jesus, revivendo os últimos momentos da sua vida na Terra. São 15 estações, que nos ajudam a percorrer um caminho espiritual e a compreender melhor a pessoa de Jesus e o amor que teve por nós ao ponto de se deixar matar, sofrendo para que todos aprendêssemos o que é verdadeiramente amar.

A celebração da Via Sacra pode ser feita dentro de uma Igreja, mas também pode ser feita em qualquer outro lugar, rua, montanha, praia... e os lugares onde se pára, podem estar afastados poucos metros ou até alguns quilómetros (no caso de uma peregrinação a pé).

A celebração da Via Sacra, muito frequente no tempo litúrgico da Quaresma, teve origem na época das Cruzadas (séculos XI/XIII): os fiéis que então percorriam na Terra Santa os lugares sagrados da Paixão de Cristo, quiseram reproduzir no Ocidente a peregrinação feita ao longo da Via Dolorosa em Jerusalém.

Fica assim feito mais um convite à reflexão pessoal neste tempo de quaresma na nossa comunidade de Montebelo. A foto acima é de um local que nos é muito "familiar" e onde costumamos fazer a Via Sacra todos os anos, em Fátima e, para o fim, deixamos uma sugestão que pode ajudar na reflexão...


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Reflexão quaresmal



Hoje partilhamos a reflexão do Secretariado Nacional de Liturgia para este tempo da Quaresma (do sermão 206 de Santo Agostinho):


Voltou o tempo aniversário da Quaresma, no qual tenho a obrigação de vos dirigir uma exortação, porque tendes o dever de oferecer a Deus obras que estejam de acordo com estes dias do calendário. Tais obras, porém, não são úteis para o Senhor, mas para vós. Também nas outras épocas do ano o cristão se deve entregar com ardor à oração, ao jejum e à esmola; mas esta solenidade deve estimular inclusive aqueles que habitualmente são preguiçosos; e aqueles que já se entregam com esmero a tais ocupações devem realizá-las ainda com maior intensidade... A repetição anual da solenidade equivale a uma repetição do que Cristo Senhor sofreu por nós na sua única morte. O que teve lugar uma só vez na história para a renovação da nossa vida, celebra-se todos os anos para perpetuar a sua memória... Depois dos dias do nosso abatimento, chegará o tempo da nossa exaltação, não ainda no repouso da visão, mas na satisfação de o contemplar nas celebrações que o simbolizam...

Às nossas orações juntamos a esmola e o jejum, como asas da piedade com as quais podem chegar mais facilmente até Deus... 

Não sejam os vossos jejuns como aqueles que o profeta condena: Não é esse o jejum que Me agrada, diz o Senhor. Expulsa o jejum da gente litigiosa, busca o dos piedosos. Condena os que oprimem, busca os que libertam. Condena os que semeiam discórdias, busca os que fazem a paz. Este é o motivo pelo qual nestes dias deveis refrear os vossos desejos de coisas lícitas, para não sucumbirdes às ilícitas. Nunca se embriague nem cometa adultério quem nestes dias se abstém do matrimónio. Desta forma, a nossa oração, feita com humildade e caridade, com jejum e esmolas, moderação e perdão, leva-nos a praticar o bem e a não devolver o mal, afasta-nos do mal e entrega-nos à virtude, busca a paz e consegue-a. Na verdade, a oração, ajudada pelas asas de tais virtudes, voa e chega mais facilmente ao Céu, onde nos precedeu Cristo, nossa paz.

(Antologia Litúrgica, 3774-3776)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Quarta-feira de cinzas




Findo o Carnaval, passamos a fase da folia. Além da sequência lógica que à terça-feira se segue a quarta-feira, neste caso estamos perante uma situação especial, isto é, a passagem é da “terça-feira de Carnaval” para a “quarta-feira de cinzas” que é o primeiro dia da Quaresma.

Neste dia os cristãos católicos recebem as cinzas (o sacerdote marca a testa dos membros da assembleia com cinzas) que são um símbolo para a reflexão e lembram o que os deve orientar neste tempo: o dever de conversão, da mudança de vida Este simbolismo relembra a antiga tradição do Médio Oriente de atirar cinzas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento perante Deus.

Esta quarta-feira “especial” ocorre quarenta dias antes da Páscoa, sem contar os domingos (quarenta e seis dias contando os domingos).

Na sua mensagem para a Quaresma para este ano, o cardeal-patriarca de Lisboa, reforça o convite deixado por Bento XVI: Neste tempo litúrgico preparamos a Páscoa, manifestação forte do amor de Deus pelos homens, tão intenso que se pode fazer sentir, no coração humano, até ao fim dos tempos” e que este é o tempo de “acreditar e amar”.  Acrescenta: será que a fé “está enraizada na escuta atual e continuada da Palavra do Senhor?”. Será que a mensagem de Cristo “toca” hoje “o coração” das pessoas? 

D. José Policarpo acrescenta – “cada um analise as principais expressões de amor na sua vida, e peça a Deus que as purifique e lhes dê a pureza da caridade, isto é, do amor que tem a sua fonte em Deus e é participação no modo de Cristo amar, o Pai e os homens seus irmãos”. 

Em jeito de previsão (ou curiosidade) informamos as datas das próximas quarta-feira de cinzas:

2014 - 5 de março
2015 - 18 de fevereiro 
2016 - 10 de fevereiro 
2017 - 1 de março 
2018 - 14 de fevereiro 
2019 - 6 de março 
2020 - 26 de fevereiro

(fonte: wikipedia e agencia ecclesia)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A resignação de Bento XVI vista pelas outras religiões



Os ecos da resignação do Santo Padre ecoam por todo o mundo. Transcreve-se, parcialmente, uma reportagem da Rádio Renascença que demonstra isso mesmo:

Cristãos, judeus e muçulmanos foram unânimes ao revelar respeito, mas também pesar pela decisão de Bento XVI de resignar a partir de dia 28 de Fevereiro, às 20h00. 

O metropolita Hilarion, dirigente da Secção Internacional da Igreja Ortodoxa Russa (IOR), declarou hoje esperar que o sucessor de Bento XVI continue a luta contra a “ditadura do relativismo”, pela conservação dos valores cristãos tradicionais e pelo desenvolvimento das relações entre católicos e ortodoxos. O Papa Bento XVI não é uma estrela dos media, mas um homem da Igreja”, acrescentou o chefe da diplomacia ortodoxa russa.
 
“Esperemos que o seu sucessor continue no mesmo caminho e que as relações entre ortodoxos e católicos avancem para o bem comum de todo o mundo cristão”, frisa o metropolita num comunicado publicado no sítio oficial da IOR.
 
Outras igrejas cristãs separadas de Roma também não perderam tempo a comentar a notícia. O recém-empossado Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, mostrou compreender a posição de Bento XVI.

O líder espiritual da Igreja Anglicana disse que a notícia o tinha deixado de “coração pesado”, mas realçou que o Papa levou a cabo o seu ministério com “grande dignidade, visão e coragem”.

O Papa da Igreja Copta, Tawadros II, ainda não se pronunciou, mas o líder dos coptas no Reino Unido emitiu um comunicado onde dava conta do “grande pesar” com que recebeu a notícia da resignação.

“Embora apenas tenha sido líder e pai da Igreja Católica Romana por um período relativamente curto, vimos as suas grandes contribuições e defesa não só do seu rebanho mas de todas as comunidades cristãs, no Médio Oriente e em todo o mundo”, escreve o bispo Angaelos, do Reino Unido, que promete rezar agora por aqueles que ficam encarregues de eleger um sucessor para Bento XVI.

Também os líderes de outras religiões manifestaram a sua surpresa e emoção perante o anúncio de Bento XVI. Segundo uma fonte citada pela agência italiana Ansa, o responsável pela Universidade de Al-Azhar, uma das mais importantes instituições do Islão Sunita, terá ficado “abalado” com a notícia.

De Israel vieram os melhores votos do rabino-mor daquele país, a principal autoridade judaica do mundo. Yona Metzger elogiou a aposta de Bento XVI no diálogo inter-religioso e disse que as relações entre Israel e o Vaticano nunca foram tão boas como agora.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A leitura de D. Manuel sobre a resignação de Bento XVI



Em entrevista à Rádio Renascença, D. Manuel Clemente admite que “não estava minimamente preparado para receber” esta notícia, no entanto realça que ela “é reveladora de um testemunho de sabedoria, de coragem e de verdade com que Bento XVI assumiu as funções tão difíceis de sucessor de Pedro”.
D. Manuel Clemente esteve com Bento XVI em outubro, durante o último sínodo dos bispos, e admite ter encontrado um Papa em “evidente fraqueza física” mas ainda “absolutamente capaz do ponto de vista mental”.
Apesar de “algumas dificuldades de locomoção, ele teve uma atenção muito grande aos trabalhos. Nas intervenções em que esteve presente, e foram muitas, demonstrou muita sabedoria nas suas intervenções espontâneas", sustenta o Bispo do Porto.
No entanto, a “maior complexidade dos problemas e a maior disponibilidade que exigem levaram o Papa a tomar esta decisão, que deve ser respeitada”, conclui D. Manuel Clemente.
(fonte: Agência Ecclesia)

Resignação de Bento XVI


Hoje é noticia, em todo o mundo, o pedido de renuncia de Bento XVI uma vez que não tem "as forças" para dirigir a Igreja devido à "idade avançada" (Bento XVI tem 85 anos), a partir de 28 de Fevereiro.

Assim, de acordo com o porta-voz do Vaticano, haverá novo Conclave e será designado um novo Papa por alturas da Páscoa.

Bento XVI disse hoje: "Convoquei-vos para este Consistório, não só para as três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à conclusão de que a minha força, devido à idade avançada, não permite mais um adequado exercício do ministério de São Pedro. Estou bem ciente de que este ministério, devido à sua natureza espiritual essencial, deve ser feito não só com palavras e ações, mas também com oração e sofrimento. No entanto, no mundo de hoje, sujeito a tantas mudanças rápidas e abalado por questões de relevância profunda para a vida da fé, para poder governar a casa de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessária a força da mente e do corpo, força essa que nos últimos meses tem-se deteriorado em mim, na medida em que eu tive que reconhecer a incapacidade de cumprir adequadamente o ministério que me foi confiado. Por esta razão, e bem consciente da seriedade deste ato, com total liberdade declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, a mim confiado pelos cardeais em 19 de abril de 2005, de forma a que, a partir de 28 de fevereiro de 2013, às 20.00 horas, a Sé de Roma, a Sé de São Pedro, será livre e um Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice terá de ser convocado".

Despediu-se dizendo: “Queridos irmãos, agradeço-vos muito sinceramente por todo o amor e trabalho com o qual me apoiaram no meu ministério e peço perdão por todos os meus defeitos. E agora, vamos confiar a Santa Igreja aos cuidados de Nosso Supremo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e implorar a sua santa Mãe Maria, para que ela possa ajudar os Padres Cardeais com a sua solicitude materna, na eleição de um novo Sumo Pontífice. Em relação a mim, quero também devotamente servir a Santa Igreja de Deus no futuro através de uma vida dedicada à oração".

(fonte: www.jn.pt)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A importância da alegria no Cristianismo


Hoje a agência Ecclesia reporta um estudo de um investigador universitário, Jacinto Jardim, doutorado em Ciências da Educação que diz que "um dos valores essenciais dentro do cristianismo é a alegria". Transcrevemos abaixo a notícia:

“Um dos melhores serviços a prestar ao mundo de hoje é dar esperança e partilhar experiências de alegria que vão capacitar para os desafios da atualidade”, salienta o autor do livro “10 competências rumo à felicidade” em entrevista publicada na mais recente edição do Semanário ECCLESIA.
Depois de salientar a importância do “serviço de alegria” para desenvolver “atitudes positivas e construtivas”, o especialista refere que “recriar o mundo de hoje é injetar vitalidade e energia”.
As pessoas procuram “experiências descontraídas mas profundas, propostas desafiantes mas descomplexadas, significativas e exigentes” que façam emergir “o lado divertido da própria vida”, observa.
Jacinto Jardim sustenta que “é preciso recriar e refundar” o cristianismo “com uma dose de alegria”, traduzindo uma atitude que, no seu entender, é contrária à tendência dominante da sociedade.
“Propor a alegria num mundo deprimido e em crise é ir contra a corrente mas é isso que é necessário. Ser profeta é dizer hoje que isso vai mudar, se fizermos alguma coisa e formos empreendedores”, afirma.
O investigador salienta que a “Igreja tem uma proposta única salvífica, de vida, e pode dar ao mundo de hoje esta alegria”, como já se vê através de “muitos sinais”, nomeadamente na Pastoral Juvenil.
O docente está convicto de que quem crê em Deus “tem mais capacidade de criar”: “Numa abordagem de fé a pessoa percebe que tem mais força dentro de si porque tem a certeza de que isto não vai terminar mal”.
“Toda a força da fé nasce da confiança total na mão de Deus que guia a pessoa. A fé é uma grande ajuda para superar todas as situações desafiantes da vida”, acrescenta. 


E nós, qual é a dose de alegria que pomos na nossa vida cristã? "Alegre estou porque Cristo um dia me salvou e a minha vida transformou e por isso alegre estou".
 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Ano da Fé - Fevereiro 2013





Não diga que a vitória está perdida. Tenha fé em Deus, tenha fé na vida. Tente outra vez!

Raul Seixas

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Festa do Compromisso






Amanha celebra-se na nossa comunidade a Festa do Compromisso, organizada pelo grupo do 9º ano. Estes jovens, que se estão a preparar para o Crisma, dão agora um passo importante ao se comprometerem, com Deus e perante a comunidade, a avançar pelos seus próprios pés, cientes da meta que querem atingir e confiantes que Deus os acompanhará e guiará na sua jornada.

Escreveu um dia o Padre Vasco Pinto de Magalhães o seguite: “A Felicidade Vem do Compromisso A felicidade vem do compromisso. Alguns pensam que não, que uma pessoa mais solta, sem ligações nem obrigações, é mais feliz! Será? Ela faz o que lhe apetece e não o que quer. Fica escrava das ondas, das emoções, vai para onde puxa o que 'está a dar' e não para onde quer e deve. Estar solto não é o mesmo que ser livre. E comprometer-se livra-nos da escravidão das fantasias e dos apetites.” (in Não Há Soluções, Há Caminhos).

Por fim deixamos a música Escolhas da Sara Tavares. O que acharam? Já fizeram as vossas escolhas e têm feito por cumprir os vossos compromissos?