Os ecos da resignação do Santo Padre ecoam por todo o mundo. Transcreve-se, parcialmente, uma reportagem da Rádio Renascença que demonstra isso mesmo:
Cristãos, judeus e muçulmanos foram unânimes ao revelar respeito, mas também pesar pela decisão de Bento XVI de resignar a partir de dia 28 de Fevereiro, às 20h00.
O metropolita Hilarion, dirigente da Secção Internacional da Igreja Ortodoxa Russa (IOR), declarou hoje esperar que o sucessor de Bento XVI continue a luta contra a “ditadura do relativismo”, pela conservação dos valores cristãos tradicionais e pelo desenvolvimento das relações entre católicos e ortodoxos. O Papa Bento XVI não é uma estrela dos media, mas um homem da Igreja”, acrescentou o chefe da diplomacia ortodoxa russa.
“Esperemos que o seu sucessor continue no mesmo caminho e que as relações entre ortodoxos e católicos avancem para o bem comum de todo o mundo cristão”, frisa o metropolita num comunicado publicado no sítio oficial da IOR.
Outras igrejas cristãs separadas de Roma também não perderam tempo a comentar a notícia. O recém-empossado Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, mostrou compreender a posição de Bento XVI.
O líder espiritual da Igreja Anglicana disse que a notícia o tinha deixado de “coração pesado”, mas realçou que o Papa levou a cabo o seu ministério com “grande dignidade, visão e coragem”.
O Papa da Igreja Copta, Tawadros II, ainda não se pronunciou, mas o líder dos coptas no Reino Unido emitiu um comunicado onde dava conta do “grande pesar” com que recebeu a notícia da resignação.
“Embora apenas tenha sido líder e pai da Igreja Católica Romana por um período relativamente curto, vimos as suas grandes contribuições e defesa não só do seu rebanho mas de todas as comunidades cristãs, no Médio Oriente e em todo o mundo”, escreve o bispo Angaelos, do Reino Unido, que promete rezar agora por aqueles que ficam encarregues de eleger um sucessor para Bento XVI.
Também os líderes de outras religiões manifestaram a sua surpresa e emoção perante o anúncio de Bento XVI. Segundo uma fonte citada pela agência italiana Ansa, o responsável pela Universidade de Al-Azhar, uma das mais importantes instituições do Islão Sunita, terá ficado “abalado” com a notícia.
De Israel vieram os melhores votos do rabino-mor daquele país, a principal autoridade judaica do mundo. Yona Metzger elogiou a aposta de Bento XVI no diálogo inter-religioso e disse que as relações entre Israel e o Vaticano nunca foram tão boas como agora.
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