Hoje, domingo, transcrevemos um texto publicado na Agência Ecclesia sobre a habitual despedida do Papa Francisco: "bom domingo e bom almoço", da autoria de José Tolentino Mendonça
domingo, 23 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Novo Bispo do Porto - mensagem aos diocesanos
Transcrevemos a mensagem do novo Bispo do Porto, conhecido hoje 21 de Fevereiro de 2014, D. António Francisco dos Santos.
Antes da transcrição, deixamos um obrigado a D. Pio Alves que com o seu carisma, simpatia, simplicidade e saber tocar no coração do outro (entre outros aspectos), deixa a sua marca na nossa Diocese do Porto.
A D. António dizemos: PRESENTE! Aqui nos tem e, em nome de Montebelo (paróquia do Bonfim), faço o convite para conhecer a não só a nossa Capela, mas também a nossa Comunidade.
Caros Diocesanos, Era tão imprevisível este chamamento que Deus agora me faz que não consegui balbuciar palavra, quando a decisão do Papa Francisco me foi comunicada. Sei que é ao Santo Padre, como Bispo de Roma e Pastor Universal da Igreja, que compete dar Pastores a todas as Igrejas. Lembrei nesse momento a Palavra de Deus ao Profeta Jeremias: “Irás aonde Eu te enviar” (Jer 1,7). Apesar desta palavra recorrente ao meu espírito e presente no meu coração, muitas as dúvidas e grande o temor com que me defrontei ao ver as minhas limitações e fragilidades, perante a grandeza da missão. Interroguei-me dia e noite sobre o que posso eu levar de novo a uma Diocese habitada por tanta gente de bem e de valor e habituada a tão generosos servidores como bispos, presbíteros, diáconos, consagrados e leigos. À Diocese de Aveiro peço a compreensão para este meu gesto ao serviço da Igreja, que em nada significa, menos respeito ou menor amor. Aveiro sabe como sempre aqui me senti feliz como bispo e como é grande a dor da separação. Todavia, senti que só conseguiria reencontrar a serenidade de coração e a liberdade de espírito, quando com a ajuda de Deus vencesse todos os receios e temores. Levo comigo o modo próximo de ser e de viver, a alegria convicta da fé e o desejo fraterno de a todos olhar com os olhos de Deus, para a todos servir como Deus quer e ama. IN MANUS TUAS é o lema episcopal que escolhi, quando o Papa João Paulo II, me chamou a ser bispo auxiliar de Braga e titular de Meinedo. Renovei este mesmo compromisso diante do Papa Bento XVI quando me enviou para Aveiro. É com igual verdade que agora o afirmo diante do Papa Francisco. Este lema e os sentimentos que ele exprime unem-me a Cristo e à Sua Cruz e colocam-me sob o olhar terno da Mãe de Jesus, Senhora da Assunção, nossa Mãe e Padroeira. Saúdo, como irmão que sempre serei, o senhor Administrador Apostólico, D. Pio Alves, os senhores Bispos Auxiliares, D. António Taipa e D. João Lavrador, os senhores Bispos Eméritos, os senhores Vigários Gerais, o Cabido da Catedral, os Sacerdotes, Seminários, Diáconos, Consagrados e Leigos. Desde já afirmo a alegria de servir a grande comunidade humana da Diocese do Porto, com os seus eleitos e representantes autárquicos, as Autoridades Locais, as Universidades e Escolas, Instituições e Associações. Quero dirigir uma palavra de muito afeto às crianças, aos jovens e às famílias. Serei irmão e presença junto dos doentes, dos pobres e dos que sofrem e com eles procurarei fazer caminho de bondade e de esperança na busca comum de um mundo melhor. Quero ser apóstolo das Bem-Aventuranças nestes tempos difíceis que vivemos. Sei que é grande a missão que agora me é confiada, mas vou com alegria e generosidade ao vosso encontro para amar a Deus e vos servir. Alegra-me e conforta-me ser irmão convosco, tão belo é o testemunho cristão da Igreja do Porto. Que Deus me ajude e vos abençoe. Abençoai-me, também vós, caros diocesanos. Aveiro, 21 de fevereiro de 2014 D. António Francisco dos Santos, bispo eleito do Porto |
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Dia mundial do doente
Como amanhã se celebra o dia do doente, transcrevemos aqui a mensagem do Santo Padre, Papa Francisco, para ler, meditar e agir! Teremos uma celebração na nossa Capela no dia 11, às 21:30h
Amados irmãos e irmãs!
1. Por
ocasião do XXII Dia Mundial do Doente, que este ano tem como tema Fé e
caridade: também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3, 16), dirijo-me de modo
particular às pessoas doentes e a quantos lhes prestam assistência e cura. A
Igreja reconhece em vós, queridos doentes, uma presença especial de Cristo
sofredor. É assim: ao lado, aliás, dentro do nosso sofrimento está o de Jesus,
que carrega connosco o seu peso e revela o seu sentido. Quando o Filho de Deus
subiu à cruz destruiu a solidão do sofrimento e iluminou a sua escuridão. Desta
forma somos postos diante do mistério do amor de Deus por nós, que nos infunde
esperança e coragem: esperança, porque no desígnio de amor de Deus também a
noite do sofrimento se abre à luz pascal; e coragem, para enfrentar qualquer
adversidade em sua companhia, unidos a Ele.
2. O Filho
de Deus feito homem não privou a experiência humana da doença e do sofrimento
mas, assumindo-os em si, transformou-os e reduziu-os. Reduzidas porque já não
têm a última palavra, que é ao contrário a vida nova em plenitude;
transformados, porque em união com Cristo, de negativas podem tornar-se
positivas. Jesus é o caminho, e com o seu Espírito podemos segui-lo. Como o Pai
doou o Filho por amor, e o Filho se doou a si mesmo pelo mesmo amor, também nós
podemos amar os outros como Deus nos amou, dando a vida pelos irmãos. A fé no
Deus bom torna-se bondade, a fé em Cristo Crucificado torna-se força para amar
até ao fim também os inimigos. A prova da fé autêntica em Cristo é o dom de si,
o difundir-se do amor ao próximo, sobretudo por quem não o merece, por quantos
sofrem, por quem é marginalizado.
3. Em
virtude do Baptismo e da Confirmação somos chamados a conformar-nos com Cristo,
Bom Samaritano de todos os sofredores. «Nisto conhecemos o amor: no facto de
que Ele deu a sua vida por nós; portanto, também nós devemos dar a vida pelos
nossos irmãos» (1 Jo 3, 16). Quando nos
aproximamos com ternura daqueles que precisam de cura, levamos a esperança e o
sorriso de Deus às contradições do mundo. Quando a dedicação generosa aos
demais se torna estilo das nossas acções, damos lugar ao Coração de Cristo e
por Ele somos aquecidos, oferecendo assim a nossa contribuição para o advento
do Reino de Deus.
4. Para
crescer na ternura, na caridade respeitadora e delicada, temos um modelo
cristão para o qual dirigir o olhar com segurança. É a Mãe de Jesus e nossa
Mãe, atenta à voz de Deus e às necessidades e dificuldades dos seus filhos.
Maria, estimulada pela misericórdia divina que nela se faz carne, esquece-se de
si mesma e encaminha-se à pressa da Galileia para a Judeia a fim de encontrar e
ajudar a sua prima Isabel; intercede junto do seu Filho nas bodas de Caná,
quando falta o vinho da festa; leva no seu coração, ao longo da peregrinação da
vida, as palavras do velho Simeão que lhe prenunciam uma espada que trespassará
a sua alma, e com fortaleza permanece aos pés da Cruz de Jesus. Ela sabe como se
percorre este caminho e por isso é a Mãe de todos os doentes e sofredores. A
ela podemos recorrer confiantes com devoção filial, certos de que nos assistirá
e não nos abandonará. É a Mãe do Crucificado Ressuscitado: permanece ao lado
das nossas cruzes e acompanha-nos no caminho rumo à ressurreição e à vida
plena.
5. São
João, o discípulo que estava com Maria aos pés da Cruz, faz-nos ir às nascentes
da fé e da caridade, ao coração de Deus que «é amor» (1 Jo 4, 8.16), e recorda-nos que não podemos amar a Deus se não amarmos
os irmãos. Quem está aos pés da Cruz com Maria, aprende a amar como Jesus. A
Cruz «é a certeza do amor fiel de Deus por nós. Um amor tão grande que entra no
nosso pecado e o perdoa, entra no nosso sofrimento e nos confere a força para o
carregar, entra também na morte para a vencer e nos salvar... A Cruz de Cristo
convida-nos também a deixar-nos contagiar por este amor, ensina-nos a olhar
sempre para o outro com misericórdia e amor, sobretudo para quem sofre, para
quem tem necessidade de ajuda» (Via-Sacra com os jovens, Rio de Janeiro, 26 de
Julho de 2013).
Confio este
XXII Dia Mundial do Doente à intercessão de Maria, para que ajude as pessoas
doentes a viver o próprio sofrimento em comunhão com Jesus Cristo, e ampare
quantos deles se ocupam. A todos, doentes, agentes no campo da saúde e
voluntários, concedo de coração a Bênção Apostólica.
Vaticano, 6
de Dezembro de 2013.
FRANCISCO
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Lei moral, lei dos homens...lei natural
Hoje trazemos mais um texto da Agência Ecclesia, desta vez da autoria de Octávio Carmo que nos recorda uma citação de Bento XVI que já tem 7 anos, mas que se mantém actual.
“A lei natural é a nascente de onde brotam, juntamente com os direitos fundamentais, também imperativos éticos que é necessário respeitar. (…)
A legislação torna-se com frequência apenas um compromisso entre diversos interesses: procuram-se transformar em direitos interesses particulares ou desejos que contrastam com os deveres derivantes da responsabilidade social”.
Bento XVI, 12.02.2007
O discurso já não é novo, mas a lição magistral que o agora Papa emérito deixou há quase sete anos sobre a relevância da lei moral natural está longe de perder a atualidade, mormente num momento em que o país discute um eventual referendo sobre a adoção e coadoção nos casos de uniões do mesmo sexo. Bento XVI retoma uma argumentação que poderia estar mais presente nas posições assumidas por quem de direito, em nome da Igreja Católica.
Por norma, as intervenções dos responsáveis eclesiais sobre estas questões são “guetizadas” ou “rotuladas”, normalmente com a justificação de que estamos perante opiniões que nascem de convicções religiosas e que o Estado tem de legislar a partir de outros pressupostos.
(Mantenho, a este respeito, uma preocupação sobre o que se entende por liberdade religiosa - não estamos a falar de uma liberdade de culto, privada, mas de um conjunto de condições jurídicas que se estendem à educação, ao direito de associação, à profissão pública da fé, com consequências na vida concreta e no comportamento, na organização da vida social. Respeitar a consciência é respeitar as suas escolhas e convicções, também do ponto de vista religioso).
A Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa a propósito da ideologia do género antecipava algumas das questões que estão agora a dominar o debate parlamentar, mas é justo dizer que não basta um documento, por mais explícito que seja, para deixar tornar relevante (e iluminadora) a posição da Igreja a este respeito, a partir do chão comum de humanidade e civilização que a une a outros, independentemente das suas convicções religiosas.
Como vimos com a trágica crise dos últimos anos, acima da dignidade humana têm estado valores económicos, jogos políticos e interesses particulares.
Recordando Bento XVI, mais uma vez, fazem-se votos de que a Igreja Católica em Portugal ajude a recordar o “valor inalienável que a lei natural possui, para um progresso real e coerente da vida pessoal e da ordem social”.
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Dia Mundial das Comunicações Sociais
Hoje transcrevemos parte do editorial da Agência Ecclesia por Paulo Rocha, no seguimento da primeira publicação de uma mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.
O Papa Francisco publicou a sua primeira Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Como noutras circunstâncias, insiste nos valores e atitudes que têm marcado o seu pontificado: encontro, proximidade, ternura, periferias, diálogo.
Ao olhar os desenvolvimentos tecnológicos e a presença da Igreja, das mensagens do Evangelho nas redes digitais, Francisco inscreve de imediato a marca da humanidade em ambientes que são muito mais do que virtuais. As redes digitais são um “lugar rico de humanidade”. O Papa é firme ao sentenciar que todo esse “continente” não pode ser considerado apenas uma “rede de fios”, mas uma rede “de pessoas humanas”.
É sugestiva na mensagem do Papa a analogia entre a parábola do Bom Samaritano e a comunicação. Para Francisco, a história que Jesus conta depois do escriba lhe perguntar “quem é o meu próximo” ilustra o conceito de proximidade, traduzindo a capacidade de uma pessoa se tornar semelhante ao outro. Tanto dos que estão na periferia da estrada, feridos, como os que percorrem as “estradas digitais”, “congestionadas de humanidade, muitas vezes ferida”.
“Quem comunica faz-se próximo”. De que forma? De novo, como na parábola: “não se trata de reconhecer o outro como um meu semelhante, mas da minha capacidade para me fazer semelhante ao outro”.
É por causa deste programa que a comunicação não pode permanecer na lista dos assuntos “pendente”, ou considerados “a tratar” nas sobras do tempo das instituições, também da Igreja Católica.
Na Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa pede “energias frescas” e “imaginação nova” para transmitir mediaticamente a “beleza de Deus”.
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