Como amanhã se celebra o dia do doente, transcrevemos aqui a mensagem do Santo Padre, Papa Francisco, para ler, meditar e agir! Teremos uma celebração na nossa Capela no dia 11, às 21:30h
Amados irmãos e irmãs!
1. Por
ocasião do XXII Dia Mundial do Doente, que este ano tem como tema Fé e
caridade: também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3, 16), dirijo-me de modo
particular às pessoas doentes e a quantos lhes prestam assistência e cura. A
Igreja reconhece em vós, queridos doentes, uma presença especial de Cristo
sofredor. É assim: ao lado, aliás, dentro do nosso sofrimento está o de Jesus,
que carrega connosco o seu peso e revela o seu sentido. Quando o Filho de Deus
subiu à cruz destruiu a solidão do sofrimento e iluminou a sua escuridão. Desta
forma somos postos diante do mistério do amor de Deus por nós, que nos infunde
esperança e coragem: esperança, porque no desígnio de amor de Deus também a
noite do sofrimento se abre à luz pascal; e coragem, para enfrentar qualquer
adversidade em sua companhia, unidos a Ele.
2. O Filho
de Deus feito homem não privou a experiência humana da doença e do sofrimento
mas, assumindo-os em si, transformou-os e reduziu-os. Reduzidas porque já não
têm a última palavra, que é ao contrário a vida nova em plenitude;
transformados, porque em união com Cristo, de negativas podem tornar-se
positivas. Jesus é o caminho, e com o seu Espírito podemos segui-lo. Como o Pai
doou o Filho por amor, e o Filho se doou a si mesmo pelo mesmo amor, também nós
podemos amar os outros como Deus nos amou, dando a vida pelos irmãos. A fé no
Deus bom torna-se bondade, a fé em Cristo Crucificado torna-se força para amar
até ao fim também os inimigos. A prova da fé autêntica em Cristo é o dom de si,
o difundir-se do amor ao próximo, sobretudo por quem não o merece, por quantos
sofrem, por quem é marginalizado.
3. Em
virtude do Baptismo e da Confirmação somos chamados a conformar-nos com Cristo,
Bom Samaritano de todos os sofredores. «Nisto conhecemos o amor: no facto de
que Ele deu a sua vida por nós; portanto, também nós devemos dar a vida pelos
nossos irmãos» (1 Jo 3, 16). Quando nos
aproximamos com ternura daqueles que precisam de cura, levamos a esperança e o
sorriso de Deus às contradições do mundo. Quando a dedicação generosa aos
demais se torna estilo das nossas acções, damos lugar ao Coração de Cristo e
por Ele somos aquecidos, oferecendo assim a nossa contribuição para o advento
do Reino de Deus.
4. Para
crescer na ternura, na caridade respeitadora e delicada, temos um modelo
cristão para o qual dirigir o olhar com segurança. É a Mãe de Jesus e nossa
Mãe, atenta à voz de Deus e às necessidades e dificuldades dos seus filhos.
Maria, estimulada pela misericórdia divina que nela se faz carne, esquece-se de
si mesma e encaminha-se à pressa da Galileia para a Judeia a fim de encontrar e
ajudar a sua prima Isabel; intercede junto do seu Filho nas bodas de Caná,
quando falta o vinho da festa; leva no seu coração, ao longo da peregrinação da
vida, as palavras do velho Simeão que lhe prenunciam uma espada que trespassará
a sua alma, e com fortaleza permanece aos pés da Cruz de Jesus. Ela sabe como se
percorre este caminho e por isso é a Mãe de todos os doentes e sofredores. A
ela podemos recorrer confiantes com devoção filial, certos de que nos assistirá
e não nos abandonará. É a Mãe do Crucificado Ressuscitado: permanece ao lado
das nossas cruzes e acompanha-nos no caminho rumo à ressurreição e à vida
plena.
5. São
João, o discípulo que estava com Maria aos pés da Cruz, faz-nos ir às nascentes
da fé e da caridade, ao coração de Deus que «é amor» (1 Jo 4, 8.16), e recorda-nos que não podemos amar a Deus se não amarmos
os irmãos. Quem está aos pés da Cruz com Maria, aprende a amar como Jesus. A
Cruz «é a certeza do amor fiel de Deus por nós. Um amor tão grande que entra no
nosso pecado e o perdoa, entra no nosso sofrimento e nos confere a força para o
carregar, entra também na morte para a vencer e nos salvar... A Cruz de Cristo
convida-nos também a deixar-nos contagiar por este amor, ensina-nos a olhar
sempre para o outro com misericórdia e amor, sobretudo para quem sofre, para
quem tem necessidade de ajuda» (Via-Sacra com os jovens, Rio de Janeiro, 26 de
Julho de 2013).
Confio este
XXII Dia Mundial do Doente à intercessão de Maria, para que ajude as pessoas
doentes a viver o próprio sofrimento em comunhão com Jesus Cristo, e ampare
quantos deles se ocupam. A todos, doentes, agentes no campo da saúde e
voluntários, concedo de coração a Bênção Apostólica.
Vaticano, 6
de Dezembro de 2013.
FRANCISCO
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