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domingo, 31 de março de 2013

Mensagem de Páscoa do Papa Francisco



Transcrevendo a Agência Ecclesia:


Amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro, boa Páscoa!

Que grande alegria é para mim poder dar-vos este anúncio: Cristo ressuscitou! Queria que chegasse a cada casa, a cada família e, especialmente onde há mais sofrimento, aos hospitais, às prisões...
Sobretudo queria que chegasse a todos os corações, porque é lá que Deus quer semear esta Boa Nova: Jesus ressuscitou, uma esperança despertou para ti, já não estás sob o domínio do pecado, do mal! Venceu o amor, venceu a misericórdia!

Também nós, como as mulheres discípulas de Jesus que foram ao sepulcro e o encontraram vazio, nos podemos interrogar que sentido tenha este acontecimento (cf. Lc 24, 4). Que significa o fato de Jesus ter ressuscitado? Significa que o amor de Deus é mais forte que o mal e a própria morte; significa que o amor de Deus pode transformar a nossa vida, fazer florir aquelas parcelas de deserto que ainda existem no nosso coração.

Este mesmo amor pelo qual o Filho de Deus Se fez homem e prosseguiu até ao extremo no caminho da humildade e do dom de Si mesmo, até a morada dos mortos, ao abismo da separação de Deus, este mesmo amor misericordioso inundou de luz o corpo morto de Jesus e transfigurou-o, o fez passar à vida eterna. Jesus não voltou à vida que tinha antes, à vida terrena, mas entrou na vida gloriosa de Deus e o fez com a nossa humanidade, abrindo-nos um futuro de esperança.

Eis o que é a Páscoa: é o êxodo, a passagem do homem da escravidão do pecado, do mal, à liberdade do amor, do bem. Porque Deus é vida, somente vida, e a sua glória é o homem vivo (cf. Ireneu, Adversus haereses, 4, 20, 5-7).

Amados irmãos e irmãs, Cristo morreu e ressuscitou de uma vez para sempre e para todos, mas a força da Ressurreição, esta passagem da escravidão do mal à liberdade do bem, deve realizar-se em todos os tempos, nos espaços concretos da nossa existência, na nossa vida de cada dia. Quantos desertos tem o ser humano de atravessar ainda hoje! Sobretudo o deserto que existe dentro dele, quando falta o amor a Deus e ao próximo, quando falta a consciência de ser guardião de tudo o que o Criador nos deu e continua a dar. Mas a misericórdia de Deus pode fazer florir mesmo a terra mais árida, pode devolver a vida aos ossos ressequidos (cf. Ez 37, 1-14).

Eis, portanto, o convite que dirijo a todos: acolhamos a graça da Ressurreição de Cristo! Deixemo-nos renovar pela misericórdia de Deus, deixemo-nos amar por Jesus, deixemos que a força do seu amor transforme também a nossa vida, tornando-nos instrumentos desta misericórdia, canais através dos quais Deus possa irrigar a terra, guardar a criação inteira e fazer florir a justiça e a paz.

E assim, a Jesus ressuscitado que transforma a morte em vida, peçamos para mudar o ódio em amor, a vingança em perdão, a guerra em paz. Sim, Cristo é a nossa paz e, por seu intermédio, imploramos a paz para o mundo inteiro.

Paz para o Médio Oriente, especialmente entre israelitas e palestinos, que sentem dificuldade em encontrar a estrada da concórdia, a fim de que retomem, com coragem e disponibilidade, as negociações para pôr termo a um conflito que já dura há demasiado tempo. Paz no Iraque, para que cesse definitivamente toda a violência, e sobretudo para a amada Síria, para a sua população vítima do conflito e para os numerosos refugiados, que esperam ajuda e conforto. Já foi derramado tanto sangue… Quantos sofrimentos deverão ainda atravessar antes de se conseguir encontrar uma solução política para a crise?

Paz para a África, cenário ainda de sangrentos conflitos: no Mali, para que reencontre unidade e estabilidade; e na Nigéria, onde infelizmente não cessam os atentados, que ameaçam gravemente a vida de tantos inocentes, e onde não poucas pessoas, incluindo crianças, são mantidas como reféns por grupos terroristas. Paz no leste da República Democrática do Congo e na República Centro-Africana, onde muitos se veem forçados a deixar as suas casas e vivem ainda no medo.

Paz para a Ásia, sobretudo na península coreana, para que sejam superadas as divergências e amadureça um renovado espírito de reconciliação.

Paz para o mundo inteiro, ainda tão dividido pela ganância de quem procura lucros fáceis, ferido pelo egoísmo que ameaça a vida humana e a família – um egoísmo que faz continuar o tráfico de pessoas, a escravatura mais extensa neste século vinte e um. Paz para todo o mundo dilacerado pela violência ligada ao narcotráfico e por uma iníqua exploração dos recursos naturais. Paz para esta nossa Terra! Jesus ressuscitado leve conforto a quem é vítima das calamidades naturais e nos torne guardiões responsáveis da criação.

Amados irmãos e irmãs, originários de Roma ou de qualquer parte do mundo, a todos vós que me ouvis, dirijo este convite do Salmo 117: «Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterno o seu amor. Diga a casa de Israel: É eterno o seu amor» (vv. 1-2).  

Páscoa 2013





Hoje é Domingo de Páscoa, o dia da grande festa!

Chegou a VIDA, Cristo Ressuscitou! Vamos todos renascer, temos vida nova.

Deixamos como mensagem um cântico que é muitas vezes cantado na nossa Capela de Montebelo mas, neste caso, é interpretado por elementos da Catequese da Bobadela:


É preciso renascer


É preciso renascer. É preciso renascer.

Deixai ódios, violências. É preciso renascer. 



1. Convertei-vos e acreditai. / Eis a nova que venho dar-vos:

Amai todos sem distinção, / Porque todos somos irmãos.
Aceitai, aceitai, aceitai o Reino de Deus.

2. Tudo quanto vos ensinei / É que ameis os vossos irmãos.

Sereis dignos do meu amor / Se fizerdes o que vos mando.
Aceitai, aceitai, aceitai o Reino de Deus.


3. Se alguém diz que me tem amor / Guardará a minha palavra.

O meu Pai também o amará / E faremos nele morada.
Aceitai, aceitai, aceitai o Reino de Deus.


4. Na verdade sois meus amigos, / Não vos posso tratar por servos.

Porque o servo vive distante / dos caminhos do seu senhor.
Aceitai, aceitai, aceitai o Reino de Deus.




quinta-feira, 28 de março de 2013

O Santo Sepulcro



Hoje, quase no final da Semana Santa, convidamos os nossos leitores a visitar o Santo Sepulcro.

Trata-se de um olhar sobre o génio do homem aliado à perícia da técnica...com um resultado fantástico!


Para "navegarem" usem o rato nas várias direcções.

Há uma "lista" no canto inferior esquerdo onde podem escolher o que querem ver e os "details" no canto inferior direito. Usem e "abusem" do zoom e recomendamos que vejam em full screen (ecrã cheio).

De acordo com a Wikipedia:

A Basílica do Santo Sepulcro é um local em Jerusalém onde a tradição cristã afirma que Jesus Cristo foi crucificado, sepultado e de onde ressuscitou no Domingo de Páscoa. Constitui um dos locais mais sagrados da cristandade.

Na sequência da destruição de Jerusalém em 70 d.C, o imperador romano Adriano visitou a cidade em 129-130, ordenando a sua reconstrução segundo um modelo que visava fazer dela uma cidade pagã chamada Aelia Capitolina. Neste sentido, o imperador ordena que o local identificado com a sepultura de Jesus seja coberto com terra e que nele fosse construído um templo dedicado a Vénus.
Em 313 o imperador Constantino decretou o Édito de Tolerância para com os cristãos (ou Édito de Milão), que implicou o fim das perseguições. Em 326, sua mãe Helena visitou Jerusalém com o objectivo de procurar os locais associados aos últimos dias de Cristo. Em Jerusalém, ela identificou o local da crucificação (o rochedo chamado Gólgota) e a tumba próxima conhecida como Anastasis ("ressurreição", em grego). O imperador decidiu então construir um santuário apropriado no local, a Igreja do Santo Sepulcro. Os arquitectos inspiraram-se não nas estruturas religiosas pagãs, mas na basílica, um edifício que entre os romanos servia como local de encontro, de comércio e de administração da justiça. Em 614, a igreja de Constantino foi destruída pela invasão dos persas sassânidas que roubaram os seus tesouros. A basílica foi reconstruída pelos bizantinos.

Em 638, a cidade de Jerusalém passa para as mãos dos muçulmanos. Os primeiros líderes muçulmanos de Jerusalém revelaram-se tolerantes para com o cristianismo. Porém em 1009 o califa fatímida Al-Hakim ordenou a destruição de todas as igrejas de Jerusalém, incluindo o Santo Sepulcro (veja destruição do Santo Sepulcro). A notícia da sua destruição foi um dos factores que estiveram na origem das Cruzadas.

Em 1099, os Cruzados tomaram Jerusalém e construíram uma nova basílica que, no seu essencial, é a que se encontra hoje no local. A nova igreja foi consagrada em 1149. Debaixo da igreja encontra-se a cripta de Santa Helena, local onde a mãe de Constantino I afirmou ter encontrado averdadeira cruz na qual Jesus Cristo foi crucificado.

Com o regresso de Jerusalém ao domínio islâmico, Saladino proibiu a destruição de qualquer edifício religioso associado ao Cristianismo. No século XIV, o local começou a ser administrado por monges católicos e por monges ortodoxos gregos. Outras comunidades pediam também a possibilidade de gerir o local (coptas egípcios e coptas sírios)

No século XVIII, procedeu-se à reparação da cúpula da Igreja do Santo Sepulcro. Em 1808 um incêndio destruiu o local e a restauração iniciou-se em1810. Novos restauros ocorrem entre 1863 e 1868.

Em 1927 um sismo em Jerusalém causou graves estragos à estrutura.

Desde o tempo dos cruzados, os recintos e o edifício da Basílica do Santo Sepulcro tornaram-se propriedade das três maiores denominações - osgreco-ortodoxos, os armênio-ortodoxos e os católicos romanos. Outras comunidades - os copta-ortodoxos egípcios, os etíope-ortodoxos e os sírio-ortodoxos - também têm certos direitos e pequenas propriedades dentro ou a pouca distância do edifício. Os direitos e os privilégios de todas estas comunidades são protegidos pelo Status Quo dos Lugares Santos (1852), conforme estabelece o Artigo LXII do Tratado de Berlim (1878).


As palavras que tornaram Jorge Bergoglio no Papa Francisco


Hoje transcrevemos um texto do Jornal o Público sobre o Papa Francisco, sugerido pelo catequista Eduardo. O próprio artigo refere que o texto foi divulgado com autorização.





A defesa de uma Igreja Católica que saia de “si própria” para ir até às periferias, não apenas geográficas mas também existenciais, foi uma ideia central da intervenção do cardeal argentino Jorge Maria Bergoglio nas congregações gerais, as reuniões preparatórias do conclave, que terá sido determinante para a escolha como Papa.

As intervenções são normalmente secretas, mas a de Bergoglio foi esta semana revelada pelo cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, que assim pretendeu revelar aos fiéis cubanos o pensamento do Papa Francisco. Lido por Ortega, o texto foi entregue pelo ainda cardeal ao colega, após ter sido proferido em Roma. Foi divulgado com autorização do líder católico e está publicado no site da Igreja cubana (iglesiacubana.org).

Também são já conhecidas as palavras usadas pelo cardeal argentino, no dia em que foi escolhido, 13 de Março, quando lhe foi perguntado, na Capela Sistina, se aceitava a escolha. "Eu sou um grande pecador, confiando na misericórdia e paciência de Deus, no sofrimento, aceito", disse, segundo a agência especializada em assuntos do Vaticano I-Media (http://www.imedia-info.org/depeches/).

A revelação foi feita pelo arcipreste da basílica de São Pedo, cardeal Angelo Comastri, que participou no conclave, num documentário sobre a transição papal realizado pelo Centro Televisivo do Vaticano, que é lançado na terça-feira em Itália, em formato DVD.

Transcrição do manuscrito lido pelo Jorge Bergoglio aos outros cardeais:

1.Evangelizar supõe zelo apostólico. Evangelizar supõe para a Igreja a audácia de sair de si própria. A Igreja é chamada a sair de si própria para ir até às periferias, não apenas geográficas, mas também das periferias existenciais: as do mistério do pecado, as da dor, as da injustiça, as da ignorância e da abstenção religiosa, as do pensamento, as de toda a miséria.

2.Quando a Igreja não sai de si própria para evangelizar, torna-se auto-referencial e fica doente (cfr. A mulher curvada sobre si própria do Evangelho). Os males que, ao longo do tempo, se dão nas instituições eclesiásticas têm raiz de auto-referencialidade, uma espécie de narcisismo teológico.
No Apocalipse, Jesus diz que está à porta e chama. Evidentemente, o texto refere-se ao que chama desde fora para entrar. Mas penso nas vezes em que Jesus bate desde o interior para que o deixemos sair. A Igreja auto-referencial pretende Jesus Cristo dentro de si e não o deixa sair.

3. A Igreja, quando é auto-referencial, sem se dar conta, crê que tem luz própria. Ela deixa de ser o mysterium lunae, e da lugar a esse mal tão grave que é a mundanidade espiritual (segundo Lubac [Henri de Lubac, cardeal jesuíta francês], o pior mal que pode acontecer à Igreja). É viver para glorificar uns aos outros.
Simplificando, há duas imagens da Igreja: a Igreja evangelizadora que sai de si própria, a Dei verbum religiose audiens et fidenter proclamans; ou a Igreja mundana que vive em si própria, de si própria e para si própria.
Isto deve dar luz aos possíveis caminhos e reformas que já que fazer para a salvação das almas.

4. Pensado no próximo Papa: um homem que, a partir da contemplação de Jesus Cristo e da adoração de Jesus Cristo ajude a Igreja a sair de si própria para as periferias existenciais, que a ajude a ser a mão fecunda que vive “da doce e reconfortante alegria da evangelização”.

quarta-feira, 27 de março de 2013

O compasso no Porto

Mais uma notícia da Agência Ecclesia que aqui partilhamos:


Anunciar a ressurreição implica uma «alegria espontânea» difícil de acontecer entre «vizinhos que mal se conhecem», aponta sacerdote

O padre Manuel Correia Fernandes, diretor do jornal Voz Portucalense, diz que a tradição pascal do Compasso “perdeu muito” do seu sentido comunitário quando passou do ambiente rural para “os caixotes habitacionais das cidades”. 

Num texto publicado na edição desta quarta-feira do Semanário ECCLESIA, o sacerdote da Diocese do Porto realça que estas alterações, sinais da evolução dos tempos, devem obrigar a Igreja Católica a apostar num “anúncio novo”. 
 Em causa está sobretudo a necessidade de uma pastoral de “proximidade” que aprofunde a “convivência” das pessoas e o valor da “fraternidade” no meio de realidades “desumanizadas”.

De acordo com o padre Manuel Correia Fernandes, o Compasso Pascal, para além de funcionar como “memória do anúncio da ressurreição, evoca caminhada, festa e alegria espontânea”, o que é difícil de acontecer entre “vizinhos que tantas vezes mal se conhecem”. 

Por outro lado, o percurso que antes era percorrido pelo pároco, para visitar as casas das famílias, é hoje muitas vezes entregue a “leigos generosos” mas a quem falta um pouco da “sacralidade advinda da batina e da estola”. 

terça-feira, 26 de março de 2013

Quaresma: tempo de conversão




Quaresma é tempo, por excelência, para ser dedicado à reflexão. Deixamos hoje um texto da autoria do Padre José Cruz (Capelão Hospitalar) que nos pretende levar, também, à conversão:



A Quaresma é a oportunidade de viver a sós e em comunidade, em Igreja, um tempo feliz e transformador. Deixar que o Espírito Santo atue com a Sua Graça no que somos, no que temos e no que fazemos, em tudo o que traduz a nossa história.


A Conversão é o processo da transformação que permite realizar o sonho e a vontade de mudança, de valorizar. Deixar-se aconchegar novamente pelo dinamismo do amor de Deus.

É-nos familiar a publicidade de um conhecido site que dá a possibilidade de converter um objeto em valor monetário. Durante um tempo foi útil e apreciado, presentemente é inútil e um estorvo, mas que pode ser rentabilizado.

Também na nossa vida, podemos mudar algumas atitudes, gestos, hábitos, palavras, pensamentos, sentimentos, olhares e relações, que num tempo foram para nós um prazer, um bem, ainda que mesmo momentâneo, e que agora são um incómodo, uma doença ou uma prisão, quando confrontados com a nossa consciência e com a proposta de Jesus Cristo.

Permanecer instalado no meu comodismo, ter maltratado ou enganado alguém; iniciar-me em alguns vícios, tornando-me dependente, como o jogo, as redes sociais e o mundo virtual, o álcool e/ou outras drogas; utilizar linguagem difamadora e destruidora, desrespeitando o próximo; julgar os outros e viver alienado; guardar sentimentos que me vão destruindo e esmagando a possibilidade de reconciliação com alguém; olhar para mim, para os outros e para o mundo de uma forma distorcida; desvalorizar a dignidade da pessoa nos meus relacionamentos... Todas estas e outras possíveis "dores" podem transformar-se numa aprendizagem e num bem para mim - pessoa que se quer inteira e íntegra em relação com os outros e com Deus.

Tenhamos presente a história de Zaqueu (cf. Lc19,1-10), um homem pequeno, mal conceituado pelos outros, cobrador de impostos que enganou a muitos. Sabe que Jesus vai passar próximo, quer vê-Lo e por isso esforça-se e consegue subir à árvore. Jesus responde ao seu gesto, surpreendendo a todos "hoje preciso de ficar em tua casa". De imediato a conversão daquele homem acontece. Aquele que enganara a muitos, que toda a vida amealhara riquezas, logo que deixa Cristo entrar na sua casa, na sua história, transforma-se no homem que faz justiça e reparte pelos mais pobres. Constatamos que existe um sinal que é uma epifania - o desejo e o fazer por ver de Zaqueu e a própria iniciativa de Jesus. Tenhamos nós coragem e determinação para também subirmos à árvore, e deixarmos Cristo entrar no nosso coração. Ele é o caminho, que permite transformar os nossos longos e frios invernos (as incompreensões, rejeições e injustiças de cada história no mundo) numa esperança de Primavera. Semelhante à amendoeira despida da sua folhagem, tremendo com os ventos frios, mas que ousa no seu interior cuidar da seiva, que miraculosamente faz brotar a beleza da nova vida em flor e despertar a atenção de todos os olhares.


Chegar à Páscoa, requer viver a Quaresma, deixar-se mergulhar mais fundo em apneia, surfar a melhor onda, ou voar mais alto em conversão.

Qualquer arte ou desporto requer aprendizagem, dedicação, entrega e treino. Deixemos também que isso se traduza na nossa transformação.



Cristo Jesus,

Ainda que na condição de espera, de revolta, sem trabalho, de doença, de luto, ou em abandonos...

Ensina-nos a afastar os nossos medos e a acreditar!

Permite que a Tua luz ressuscitadora, do amor e da esperança, seja presença e fonte de conversão nos corações de todas as pessoas!

Ámen!

terça-feira, 19 de março de 2013

Francisco I - dados biográficos



Transcrevendo notícia da Agência Ecclesia, apresentamos alguns dados da biografia do Papa Francisco I.


O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio é o novo Papa, sucedendo a Bento XVI. Escolhe o nome de Francisco.

O novo Papa é o primeiro do continente americano na história da Igreja.



Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, jesuíta, foi até agora arcebispo de Buenos Aires; consta-se que no último conclave terá sido o mais votado depois de Ratzinger (Bento XVI).

O 266.º papa nasceu em Buenos Aires a 17 de dezembro de 1936. Licenciou-se como técnico químico e mais tarde entrou no seminário.

A 11 de março de 1958 entrou no noviciado da Companhia de Jesus (Jesuítas). Estudou no Chile e em 1963, de regresso à capital argentina, obteve a licenciatura em Filosofia.
De 1964 a 1966 foi professor de literatura e psicologia.

Entre 1967 e 1970 estudou e concluiu o curso de teologia.

Foi ordenado padre a 13 de dezembro de 1969, a poucos dias de fazer 33 anos.

A 22 de abril de 1973 fez a profissão definitiva junto dos Jesuítas.

Foi mestre de noviços, professor na Faculdade de Teologia, consultor provincial e reitor de colégio.

A 31 de julho de 1973 foi eleito responsável máximo (provincial) da Companhia de Jesus na Argentina, cargo que desempenhou durante seis anos.

De 1980 a 1986 foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de S. José, em S. Miguel.

Em março de 1986 foi para a Alemanha para terminar o doutoramento.

A 20 de maio de 1992 João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar de Buenos Aires. Recebeu a ordenação episcopal a 27 de junho na catedral local.

Foi nomeado arcebispo coadjutor de Buenos Aires a 3 de junho de 1997. A 28 de fevereiro de 1998 sucede na arquidiocese ao cardeal Quarracino.

É autor dos livros "Meditações para religiosos" (1982), "Reflexões sobre a vida apostólica" (1986) e "Reflexões de esperança" (1992).

É o Ordinário para os fiéis de rito oriental residentes na Argentina que não podem contar com um Ordinário do seu rito.

É Grande Chanceler da Universidade Católica Argentina.

Foi relator geral adjunto ao Sínodo dos Bispos de 2001, no Vaticano.

De novembro de 2005 a novembro de 2011 foipresidente da Conferência Episcopal Argentina.

Foi criado cardeal por João Paulo II no consistório de 21 de fevereiro de 2001.

É membro das seguintes congregações da Cúria Romana: Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos; Clero; Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.

É membro do Pontifício Conselho da Família e da Pontifícia Comissão para a América Latina.

segunda-feira, 18 de março de 2013

O brasão do Papa Francisco I

Hoje transcrevemos uma reportagem da Rádio Rencascença:


Foi divulgado nesta segunda-feira o brasão do Papa Francisco, que vai ser o seu símbolo oficial durante todo o pontificado. O brasão mantém os traços essenciais do seu brasão episcopal, bem como o lema episcopal, por baixo: "Miserando atque elegendo", que se pode traduzir como "Humilde, porém escolhido" ou "Teve misericórdia de mim e escolheu-me".

No centro, sobre o fundo azul, encontra-se em destaque o símbolo composto pelas letras IHS, por cima de um sol radioso. Do H sai uma cruz e por baixo encontram-se três pregos, alusivos aos usados para crucificar Jesus. IHS é um monograma da palavra Cristo e é um símbolo muito associado aos jesuítas, ordem da qual provém o Papa.

Por baixo deste símbolo encontra-se do lado esquerdo uma estrela dourada, símbolo de Nossa Senhora, sublinhando assim a já conhecida devoção mariana do Papa Francisco, e uma flor de nardo, também a dourado, numa referência a São José. Este símbolo confunde-se com um cacho de uvas, mas, segundo o site do Vaticano, é mesmo uma flor de nardo.

Tradicionalmente, o brasão do Papa é encimado pela tiara Papal, utilizada para coroar os papas até Paulo VI, mas Bento XVI substituiu-o por uma simples tiara de bispo. As armas de Francisco mantêm a mitra.

terça-feira, 12 de março de 2013

Como se elege um papa?

Hoje transcrevemos uma publicação do site da Rádio Renascença:



O conclave que vai eleger o próximo Papa começa esta terça-feira. Na parte da manhã, os cardeais vão reunir-se na missa "Pro Eligendo Romano Pontifice", marcada para as 09h00 e que tem transmissão em directo no site da Renascença. Às 16h00, prestam juramento e depois entram para a Capela Sistina.
Por regra, o Conclave tem de se realizar entre 15 a 20 dias depois do fim de um pontificado, mas foi possível antecipar a data neste caso em particular, após a resignação de Bento XVI. Apenas os cardeais que têm menos de 80 anos na véspera do dia em que terminou o pontificado é que têm direito a voto. 
Esta terça-feira, os 115 cardeais eleitores reúnem-se na Basílica de São Pedro, no Vaticano, para assistir à missa "Pro Eligendo Romano Pontifice", marcada para as 09h00. Às 15h30, congregam-se na Capela Paulina, de onde seguem em procissão para a Capela Sistina entoando o cântico "Veni Creator Spiritus". 
Dentro da Capela Sistina procede-se em primeiro lugar ao juramento, marcado para as 16h00. O responsável máximo, que neste caso será o cardeal-bispo mais antigo, o italiano Giovanni Batista Re, lê o juramento e todos os cardeais, individualmente, dão o seu assentimento. No juramento comprometem-se a ignorar quaisquer indicações externas para o sentido de voto, a manter total segredo e, caso sejam eleitos, a defender a Igreja Católica. 
Só após o juramento é que o responsável manda sair todos os que não têm direito a permanecer no Conclave. Ficam, naturalmente, os cardeais eleitores, mas não só: podem permanecer algumas outras pessoas, conhecidas como "conclavistas", que incluem assistentes que são necessários para o bom funcionamento do Conclave, como funcionários de limpeza, da cozinha, padres para ouvir confissões em várias línguas e um enfermeiro para cada cardeal que esteja doente e precise de cuidados médicos.
Até ao final do Conclave apenas três cardeais eleitores podem contactar com o exterior, devido à importância dos seus cargos: o vigário-geral de Roma, o vigário-geral da Santa Sé e o penitenciário-geral, que actualmente é o cardeal  português D. Manuel Monteiro de Castro. Além destes, apenas em caso de doença é que um cardeal pode abandonar o Conclave. Recebida a atenção médica pode, se possível, regressar. Qualquer cardeal que abandone o Conclave por outra razão não poderá voltar. 

O ritmo das votações


Pode haver uma votação no primeiro dia do Conclave, mas não é necessário. Nos dias subsequentes realizam-se quatro votações por dia, duas de manhã e duas à tarde.

Cada cardeal escreve o nome do seu escolhido num boletim e depois vai depositá-lo numa urna. Isto torna o processo moroso, uma vez que cada eleitor demora pelo menos um minuto a completar o processo, o que leva a cerca de duas horas para cada ronda de votos. 

Se a primeira votação não der os dois terços necessários para eleger um novo Papa, procede-se a uma segunda ronda. Se também essa ronda não for determinante, os boletins são todos recolhidos pelos escrutinadores e queimados. 
É adicionado um químico para garantir que o fumo que sai pela chaminé, objecto do olhar atento de todo o mundo, é negro. Só se a primeira das duas rondas der lugar à eleição de um Papa é que os boletins são logo queimados e o fumo que sai é branco. Desde 2005 que, nessa altura, tocam também os sinos para mostrar que de facto já há um Papa. 
Se passados três dias de votações não for escolhido um Papa, então os procedimentos podem ser suspensos por um dia para oração e recolhimento. De resto, o Conclave não tem um fim previsto - termina aepnas quando se chegar a uma maioria de dois terços para um dos candidatos. João Paulo II tinha mudado as regras para que a partir de certo ponto bastasse uma maioria simples, mas em 2007 esse artigo foi revogado pelo então Papa Bento XVI. 


Isolamento total


Durante todo o tempo que dura o Conclave os cardeais mantêm-se a residir na Casa de Santa Marta e todas as manhãs são conduzidos para a Capela Sistina de autocarro. Durante este tempo, e salvo as excepções já referidas, o contacto com o exterior é nulo e os cardeais não podem usar meios de comunicação. No Conclave de 2005 o espaço foi revistado antes para garantir que não se encontravam quaisquer dispositivos electrónicos de espionagem, como pequenos microfones ou câmaras, que pudessem ser usados para divulgar informação para o exterior. 
Quando finalmente for escolhido um candidato resta ver se ele aceita. É levado para o "hall" e interrogado nesse sentido pelo responsável. Pode recusar, mas se não o fizer então é convidado a escolher um nome pelo qual será conhecido como Papa.
Escolhido o nome regressam todos para a capela sistina e o responsável escreve um documento onde tudo isto é registado. Só então é que o eleito é levado para a “"ala das Lágrimas", que fica ao lado da Capela Sistina, onde é paramentado com um de três paramentos, de três tamanhos diferentes, que estão preparados para o efeito.

Com tudo preparado, o cardeal proto-diácono, que é actualmente o francês Jean-Louis Tauran, vai à varanda anunciar a eleição do novo Papa. Primeiro é revelado o nome próprio, em latim, do candidato escolhido e só depois é que o novo Papa comparece à varanda para dar a sua bênção à multidão reunida.

quarta-feira, 6 de março de 2013

terça-feira, 5 de março de 2013

Lista dos cardeais eleitores




Nesta lista está o próximo papa. Ao todo são 115 cardeais eleitores, provenientes de 48 países dos cinco continentes representados na eleição do próximo Papa

Europa
17 países 
Eleitores 
Itália
28
Alemanha
6
Espanha
5
Polónia
4
França
4
Portugal
2
Bélgica
1
Suíça
1
Áustria
1
Holanda
1
Irlanda
1
República Checa
1
Bósnia-Herzegovina
1
Hungria
1
Lituânia
1
Croácia
1
Eslovénia
1
Total 
60 

América Latina
12 países 
Eleitores 
Brasil
5
México
3
Argentina
2
Colômbia
1
Chile
1
Venezuela
1
Rep. Dominicana
1
Cuba
1
Honduras
1
Perú
1
Bolívia
1
Equador
1
Total 
19 

América do Norte
2 países 
Eleitores 
Estados Unidos da América
11
Canadá
3
Total 
14

África
10 países
Eleitores
Nigéria
2
Tanzânia
1
África do Sul
1
Gana
1
Sudão
1
Quénia
1
Senegal
1
Egito
1
Guiné-Conacri
1
Rep. Democrática do Congo
1
Total
11

Ásia
6 países
Eleitores
Índia
5
Filipinas
1
Vietname
1
Líbano
1
China
1
Sri Lanka
1
Total
10

Oceânia
1 país
Eleitor
Austrália
1
Total
1

 (Fonte: Agência Ecclesia)