Hoje transcrevemos os "Altos Voos" do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil. Todos os meses nos oferecem textos muito convidativos à meditação e à troca de ideias.
A propósito do "nosso dia da liberdade", 25 de Abril, o P. Eduardo Novo propõe-nos o seguinte texto:
25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo (Sophia de Mello Breyner Andresen)
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo (Sophia de Mello Breyner Andresen)
Hoje,
Eu sou...liberdade.
E sinto-me grande na minha pequenez... Mas há sempre qualquer coisa de tesouro insuficiente, mesmo nos nossos ideais mais completos, saberei sequer que sou livre? Saberei que esta liberdade é reflexo da extraordinária capacidade de amar que me constitui no mais fundo? O que me impede de ser livre? Quais são as amarras que me aprisionam? Como posso construir a minha liberdade?
Liberdade com quê... com que valor, com que meios: com quem? O grande meio de transmitir um valor são as pessoas, porque só uma pessoa faz crescer outra pessoa. Valor é o que vale, pesa humanamente; o que torna Valente! O que dá lastro de humanismo e humanidade... A liberdade também é um valor!
E tu? Como crias o teu espaço de liberdade? Criar espaços de liberdade implica antes de mais uma aprendizagem da liberdade interior, saber dizer "sim" e "não".
Na arte da verdadeira liberdade aprende a dizer "não" às dependências. Está atento aos que à tua volta precisam de ti. Gere o excesso de informação, sabes desligar? Já tiveste certamente em inúmeras experiencias que gerir tensões como fascínio–medo! Sê mais contemplativo que turista. Arranja tempo e espaço para organizar o próprio pensar e sentir. Exercita a escolha com prioridades, cultivando a objetividade. Aviva a capacidade de escuta, ficando aberto a outros níveis de comunicação. Descobre que discutir (vendo quem ganha) é diferente de dialogar (buscando a verdade que está para além dos dois). Conhece-te aceitando os teus próprios limites.
Estás convicto do teu papel na sociedade e no mundo? Entendes o silêncio como um vazio ou como meio que permite saborear outros níveis de comunicação mais profundos?
A liberdade implica não ficar fechado em si mesmo, é relação. E isso é o princípio da transcendência: descoberta da religiosidade que nos faz pessoas. E, como nos ensina o Concílio Vaticano II (GS 17) "A verdadeira liberdade é, no homem, o sinal privilegiado da imagem de Deus".
O mistério da liberdade humana está no centro da grande aventura de viver bem a vida. Podemos prescindir de tudo, mas não da liberdade, do sonho e do futuro! Aposta na Vida!
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