Deixamos algumas palavras do Pe. Amaro Gonçalo relativamente à Solenidade de Pentecostes:
Das Cinzas da Quaresma, ao fogo do Pentecostes, foram três meses
intensos, deste belíssimo Ano da Fé! Propusemo-nos, dia a dia, semana a
semana, a sós, em família, em grupo, em comunidade, “içar as velas da fé, na barca da Igreja, para a deixar navegar ao sopro do Espírito Santo”!
Nos 40 dias de preparação, que já lá vão, e nestes 50 dias de
celebração festiva da Páscoa, que agora se cumprem, procurámos deixar o
sopro do Espírito Santo entrar por alguma fresta do nosso coração e
reacender em nós a chama da fé. Na verdade, não é possível deixar
navegar a barca da Igreja, ao sopro do Espírito Santo, se não forem
içadas, pelo mesmo sopro, as suas velas, que são o coração de cada um
dos baptizados Não há, pois, reforma e avanço da Igreja, no mar da
história, sem o aprofundamento e a renovação da fé, em todos e cada um
dos seus membros.
(...)
Neste dia de Pentecostes, gostava simplesmente de vos dizer isto: “Não tenhais medo de desfraldar a vossa vela ao sopro do Espírito Santo”
(João Paulo II, Discurso, 30-04.1998). Invocai-O todos os seus dias! E
Ele virá, dos quatro ventos, com o seu sopro, reacender a vossa fé. E
impelir a barca da Igreja, na aventura da missão!
Celebrando a Solenidade de Pentecostes:
Ao Espírito que dá Vida
És vento, fogo e água,
brisa e frescura de nascente,
alegria que não se desfaz
e declaração de amor para sempre.
És sonho que se realiza
e ponte entre os contrários,
verdade oferecida
aos que te procuram por caminhos vários.
És o segundo de cada hora,
o respirar da própria vida,
sorriso que não se apaga
numa face desconhecida.
És íntimo e silencioso,
entusiasmado e persistente,
farol que ilumina a noite
em que se perde tanta gente.
És festa e comunhão,
gerador de bondade,
amigo dos homens que guias
no caminho da verdade.
És atento e fiel
promessa enfim realizada,
mão que levanta o caído
e aponta a meta desejada.
Fazes do longe perto
e possível o impossível
contigo é tudo simples
como se visse o invisível.
Fazes límpido o olhar
e transparentes as almas
daqueles que em ti confiam
e nos mares da vida acalmas.
Fazes ver a beleza
que está para além do olhar,
não prometes o fácil
nada descobre quem não se aventurar.
Fazes amar a vida
e ensinas a estar contente
resistes a tudo o que é moda
na alegria de ser diferente.
Fazes descobrir os laços
que se enraízam no coração
e reconhecer no outro
o rosto de um irmão.
Faz sempre a maravilha
de darmos vida à vida,
e vem, Espírito Santo,
guiar-nos por caminhos novos
a nós que te amámos tanto.
Amen.
P. Vitor Gonçalves
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