Hoje transcrevemos a homilia do Bispo do Porto, aquando da abertura do ano pastoral:
1. Acompanha-me nesta hora de abertura solene do novo Ano Pastoral na
nossa Diocese a bela saudação de S. Paulo aos cristãos de Roma: “Graça e
paz da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo”
(Rom.1,7).
S. Paulo diz aos romanos que pelo Evangelho foi chamado a ser apóstolo e diz-nos a nós que os cristãos de Roma foram igualmente chamados pelo mesmo Evangelho a “serem de Cristo”.
A vocação do apóstolo é modelo da vocação dos cristãos. Mas a vocação do apóstolo é mais do que modelo. É missão. Foi pela missão que S. Paulo se tornou testemunha qualificada da alegria do Evangelho
Nas cartas, na vida, nas viagens, no trabalho de S. Paulo escreve-se a vida e afirma-se a missão da Igreja. Assim se escreveram, igualmente, os Atos dos Apóstolos, que nos falam da beleza e do encanto da Igreja nascente.
Também nesta hora se escreve mais uma página da vida da Igreja do Porto, escrita ao jeito de S. Paulo, com alegria, com entusiasmo e com esperança.
Abre-se, em dia da Dedicação da Igreja Catedral, para a nossa Diocese o novo caminho pastoral, que vamos percorrer ao longo deste ano. Temos o nosso olhar colocado no horizonte da celebração dos 150 anos do nosso Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição, no próximo dia 15 deste mês, e dos 900 anos da restauração da Diocese, em outubro próximo, e daí partiremos no rumo do futuro, com datas a recordar e com metas a percorrer.
2. O início de cada Ano Pastoral exige um olhar novo e projeta-nos para um horizonte diferente. Temos diante de nós um método de pedagogia pastoral, alicerçado na corresponsabilidade eclesial nos diversos níveis, âmbitos e instâncias, e uma meta definida, concreta e marcada no tempo. Um ano é uma breve etapa que nos vai permitir uma reflexão mais ampla a afirmar a nossa disponibilidade para realizarmos um esforço pastoral comum de maior alcance para que a Igreja do Porto consciente na fé, mobilizada no seu todo, fortalecida na comunhão e renovada na caridade seja sinal de esperança para o mundo.
Sabemo-nos todos necessários e queremo-nos todos envolvidos, cultivando formas, meios e oportunidades para viver de Cristo e anunciar em seu nome a alegria do Evangelho.
Queremos ser, como diz S. Paulo aos Coríntios: “uma carta de Cristo, ministrada por nós, escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas que são corações de carne”(2 Cor.3,3).
Convido-vos a ler e a escrever esta carta com o mesmo encanto com que se escreveram as páginas do início da Igreja no Porto, da restauração da Diocese, séculos depois, da sua organização pastoral, da construção dos seus Seminários e doutras necessárias estruturas pastorais, do testemunho vivo dos seus bispos, sacerdotes, diáconos, seminaristas e consagrados e da afirmação pública dos cristãos do Porto, conscientes da sua fé e da implicação do seu testemunho coerente de vida no viver da Cidade e do País.
Convoco-vos para a missão. Ao verem-nos disponíveis e generosos e ao sentirem-nos discípulos de Jesus, o Mestre e Senhor, outros se juntarão a nós, guiados pelo mesmo Espírito de Deus.
3. Escolhemos como lema para este Ano pastoral: “A alegria do evangelho é a nossa missão”. Inspira-nos nesta escolha a recente Exortação Apostólica do Papa Francisco: “A alegria do Evangelho”.
Desta Exortação Apostólica faremos texto e tema para a nossa formação, no decorrer do tempo, e orientação de atividades e iniciativas ao longo de todo o Ano pastoral, concretamente nas Caminhadas de Advento-Natal e de Quaresma-Páscoa, que em tempo oportuno apresentarei à Diocese.
Desde o início do meu ministério, no Porto, encontrei na Igreja, que Deus me enviou a servir, esta alegria do Evangelho, desenhada e esculpida na alma de uma Igreja com um belo e longo percurso histórico e mais recentemente impressa e expressa em inovadoras experiências pastorais, vividas a nível das pessoas, das paróquias, das vigararias, dos movimentos e das instituições, de que destaco: a Missão 2010, as Jornadas Vicariais da Fé e a celebração dos Dias diocesanos, a que acresce o dinamismo vicarial e paroquial sentido nas nossas Comunidades cristãs.
Um novo ano pastoral, e este em concreto, que é o primeiro que vivo convosco como bispo para vós e como irmão convosco, deve ter a esperança como motor e como força propulsora das atitudes a cultivar e dos programas a realizar nas várias vertentes pastorais. Queremos ser um Igreja onde as pessoas sintam o gosto de a ela pertencerem.
A esperança surge assim na Igreja diocesana como presença irradiante da renovação que se deseja e do serviço aos mais pobres que realizamos.
O serviço aos mais pobres exige atenção demorada e criativa. Implica proximidade e escuta. Necessita de persistência e de aprendizagem. Procura respostas novas para problemas diferentes e para pessoas concretas, únicas e irrepetíveis. É necessário ir ao coração dos problemas sociais para proteger os mais frágeis e promover a sua dignidade.
A pobreza não é uma fatalidade nem pode ser uma tirania a subjugar os mais frágeis ou desprotegidos. A Igreja do Porto nunca deixará esgotar na sua missão nem extinguir em cada um de nós a generosidade e a caridade ao serviço dos mais pobres.
Cada batizado, como sabemos, é responsável pela sorte do Evangelho em ordem a construir um mundo melhor. Deve viver esta responsabilidade e realizar esta missão integrado na comunidade cristã e possuindo o sentido da Igreja Diocesana.
Convido-vos, irmãos e irmãs, a viverdes este desafio prioritário que nos torne acolhedores, disponíveis e com espírito de comunhão nas paróquias, nas vigararias, nos secretariados, nos movimentos, nas instituições e na pastoral diocesana no seu todo.
4. Inicia-se no próximo dia 5 de outubro, em Roma, o Sínodo extraordinário dos Bispos sobre “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. Teremos presente, ao longo de todo o ano, esta iniciativa do Papa Francisco e a sua intenção de dar centralidade à família, na oração e na missão da Igreja.
Vamos viver, igualmente, em comunhão com o Papa Francisco o Ano dedicado à Vida Consagrada. Queremos agradecer a Deus o dom das comunidades religiosas e da vida consagrada na nossa Diocese e dar mais visibilidade e atenção ao testemunho da vida consagrada.
Nunca perderemos na linha do horizonte desta viagem pastoral a prioridade a dar à pastoral vocacional que deve impregnar de espírito e de esperança toda a pastoral. Somos chamados, em Igreja, a sermos promotores das diferentes formas de realização vocacional, muito em especial das vocações sacerdotais e das vocações de consagração.
Partimos, irmãos sacerdotes, diáconos, seminaristas, consagrados e consagradas, leigos e leigas, catequistas, educadores, professores de Educação Moral e Religiosa Católica, agentes de pastoral nas diferentes vanguardas da missão pastoral para esta viagem feliz de um novo ano pastoral, dispostos a trabalhar como se tudo dependesse de nós e decididos a rezar, sabendo que tudo depende de Deus.
A palavra de Deus, hoje proclamada, ajuda-nos neste propósito pastoral que aqui se faz compromisso de missão e ilumina-nos no caminho que agora iniciamos.
Este é o templo do Senhor, de que nos falava a primeira leitura. Este templo é sinal de que Deus habita no meio do seu povo (Ez 43, 1-7). Sabemos todos que “o templo de Deus é santo e nós somos esse templo” (cf 1 Cor 3, 9-17). Igualmente expressivo é o texto do Evangelho que nos narra o encontro e o diálogo de Jesus com Zaqueu. Faz-nos bem ouvir de Jesus esta palavra, também dita para nós: “Hoje entrou a salvação nesta casa” (Lc 19, 1-10).
São muitos, aqueles que procuram Deus, porventura de forma tímida e de modo discreto. A todos somos enviados em missão, ao longo do ano que hoje começa, para que também neles Deus tenha o seu templo e para que Jesus entre em sua casa.
Procuremos ver Jesus. Caminhemos em frente. “Façamo-nos ao largo”, neste oceano imenso do mistério santo de Deus e da urgência do Absoluto. Demos prioridade à incessante procura do essencial na vida e na missão de todos nós bispos, sacerdotes, seminaristas, diáconos, religiosos e leigos.
5. Confio este Ano Pastoral e as realizações que nele vão decorrer à proteção terna de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da Catedral e da nossa Diocese.
É sob o seu olhar materna que a Diocese do Porto sempre caminhou ao longo da história. É sob a bênção constante deste mesmo olhar que vamos caminhar ao longo do novo Ano Pastoral, que hoje aqui se inicia. Feliz Ano Pastoral!
S. Paulo diz aos romanos que pelo Evangelho foi chamado a ser apóstolo e diz-nos a nós que os cristãos de Roma foram igualmente chamados pelo mesmo Evangelho a “serem de Cristo”.
A vocação do apóstolo é modelo da vocação dos cristãos. Mas a vocação do apóstolo é mais do que modelo. É missão. Foi pela missão que S. Paulo se tornou testemunha qualificada da alegria do Evangelho
Nas cartas, na vida, nas viagens, no trabalho de S. Paulo escreve-se a vida e afirma-se a missão da Igreja. Assim se escreveram, igualmente, os Atos dos Apóstolos, que nos falam da beleza e do encanto da Igreja nascente.
Também nesta hora se escreve mais uma página da vida da Igreja do Porto, escrita ao jeito de S. Paulo, com alegria, com entusiasmo e com esperança.
Abre-se, em dia da Dedicação da Igreja Catedral, para a nossa Diocese o novo caminho pastoral, que vamos percorrer ao longo deste ano. Temos o nosso olhar colocado no horizonte da celebração dos 150 anos do nosso Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição, no próximo dia 15 deste mês, e dos 900 anos da restauração da Diocese, em outubro próximo, e daí partiremos no rumo do futuro, com datas a recordar e com metas a percorrer.
2. O início de cada Ano Pastoral exige um olhar novo e projeta-nos para um horizonte diferente. Temos diante de nós um método de pedagogia pastoral, alicerçado na corresponsabilidade eclesial nos diversos níveis, âmbitos e instâncias, e uma meta definida, concreta e marcada no tempo. Um ano é uma breve etapa que nos vai permitir uma reflexão mais ampla a afirmar a nossa disponibilidade para realizarmos um esforço pastoral comum de maior alcance para que a Igreja do Porto consciente na fé, mobilizada no seu todo, fortalecida na comunhão e renovada na caridade seja sinal de esperança para o mundo.
Sabemo-nos todos necessários e queremo-nos todos envolvidos, cultivando formas, meios e oportunidades para viver de Cristo e anunciar em seu nome a alegria do Evangelho.
Queremos ser, como diz S. Paulo aos Coríntios: “uma carta de Cristo, ministrada por nós, escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas que são corações de carne”(2 Cor.3,3).
Convido-vos a ler e a escrever esta carta com o mesmo encanto com que se escreveram as páginas do início da Igreja no Porto, da restauração da Diocese, séculos depois, da sua organização pastoral, da construção dos seus Seminários e doutras necessárias estruturas pastorais, do testemunho vivo dos seus bispos, sacerdotes, diáconos, seminaristas e consagrados e da afirmação pública dos cristãos do Porto, conscientes da sua fé e da implicação do seu testemunho coerente de vida no viver da Cidade e do País.
Convoco-vos para a missão. Ao verem-nos disponíveis e generosos e ao sentirem-nos discípulos de Jesus, o Mestre e Senhor, outros se juntarão a nós, guiados pelo mesmo Espírito de Deus.
3. Escolhemos como lema para este Ano pastoral: “A alegria do evangelho é a nossa missão”. Inspira-nos nesta escolha a recente Exortação Apostólica do Papa Francisco: “A alegria do Evangelho”.
Desta Exortação Apostólica faremos texto e tema para a nossa formação, no decorrer do tempo, e orientação de atividades e iniciativas ao longo de todo o Ano pastoral, concretamente nas Caminhadas de Advento-Natal e de Quaresma-Páscoa, que em tempo oportuno apresentarei à Diocese.
Desde o início do meu ministério, no Porto, encontrei na Igreja, que Deus me enviou a servir, esta alegria do Evangelho, desenhada e esculpida na alma de uma Igreja com um belo e longo percurso histórico e mais recentemente impressa e expressa em inovadoras experiências pastorais, vividas a nível das pessoas, das paróquias, das vigararias, dos movimentos e das instituições, de que destaco: a Missão 2010, as Jornadas Vicariais da Fé e a celebração dos Dias diocesanos, a que acresce o dinamismo vicarial e paroquial sentido nas nossas Comunidades cristãs.
Um novo ano pastoral, e este em concreto, que é o primeiro que vivo convosco como bispo para vós e como irmão convosco, deve ter a esperança como motor e como força propulsora das atitudes a cultivar e dos programas a realizar nas várias vertentes pastorais. Queremos ser um Igreja onde as pessoas sintam o gosto de a ela pertencerem.
A esperança surge assim na Igreja diocesana como presença irradiante da renovação que se deseja e do serviço aos mais pobres que realizamos.
O serviço aos mais pobres exige atenção demorada e criativa. Implica proximidade e escuta. Necessita de persistência e de aprendizagem. Procura respostas novas para problemas diferentes e para pessoas concretas, únicas e irrepetíveis. É necessário ir ao coração dos problemas sociais para proteger os mais frágeis e promover a sua dignidade.
A pobreza não é uma fatalidade nem pode ser uma tirania a subjugar os mais frágeis ou desprotegidos. A Igreja do Porto nunca deixará esgotar na sua missão nem extinguir em cada um de nós a generosidade e a caridade ao serviço dos mais pobres.
Cada batizado, como sabemos, é responsável pela sorte do Evangelho em ordem a construir um mundo melhor. Deve viver esta responsabilidade e realizar esta missão integrado na comunidade cristã e possuindo o sentido da Igreja Diocesana.
Convido-vos, irmãos e irmãs, a viverdes este desafio prioritário que nos torne acolhedores, disponíveis e com espírito de comunhão nas paróquias, nas vigararias, nos secretariados, nos movimentos, nas instituições e na pastoral diocesana no seu todo.
4. Inicia-se no próximo dia 5 de outubro, em Roma, o Sínodo extraordinário dos Bispos sobre “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. Teremos presente, ao longo de todo o ano, esta iniciativa do Papa Francisco e a sua intenção de dar centralidade à família, na oração e na missão da Igreja.
Vamos viver, igualmente, em comunhão com o Papa Francisco o Ano dedicado à Vida Consagrada. Queremos agradecer a Deus o dom das comunidades religiosas e da vida consagrada na nossa Diocese e dar mais visibilidade e atenção ao testemunho da vida consagrada.
Nunca perderemos na linha do horizonte desta viagem pastoral a prioridade a dar à pastoral vocacional que deve impregnar de espírito e de esperança toda a pastoral. Somos chamados, em Igreja, a sermos promotores das diferentes formas de realização vocacional, muito em especial das vocações sacerdotais e das vocações de consagração.
Partimos, irmãos sacerdotes, diáconos, seminaristas, consagrados e consagradas, leigos e leigas, catequistas, educadores, professores de Educação Moral e Religiosa Católica, agentes de pastoral nas diferentes vanguardas da missão pastoral para esta viagem feliz de um novo ano pastoral, dispostos a trabalhar como se tudo dependesse de nós e decididos a rezar, sabendo que tudo depende de Deus.
A palavra de Deus, hoje proclamada, ajuda-nos neste propósito pastoral que aqui se faz compromisso de missão e ilumina-nos no caminho que agora iniciamos.
Este é o templo do Senhor, de que nos falava a primeira leitura. Este templo é sinal de que Deus habita no meio do seu povo (Ez 43, 1-7). Sabemos todos que “o templo de Deus é santo e nós somos esse templo” (cf 1 Cor 3, 9-17). Igualmente expressivo é o texto do Evangelho que nos narra o encontro e o diálogo de Jesus com Zaqueu. Faz-nos bem ouvir de Jesus esta palavra, também dita para nós: “Hoje entrou a salvação nesta casa” (Lc 19, 1-10).
São muitos, aqueles que procuram Deus, porventura de forma tímida e de modo discreto. A todos somos enviados em missão, ao longo do ano que hoje começa, para que também neles Deus tenha o seu templo e para que Jesus entre em sua casa.
Procuremos ver Jesus. Caminhemos em frente. “Façamo-nos ao largo”, neste oceano imenso do mistério santo de Deus e da urgência do Absoluto. Demos prioridade à incessante procura do essencial na vida e na missão de todos nós bispos, sacerdotes, seminaristas, diáconos, religiosos e leigos.
5. Confio este Ano Pastoral e as realizações que nele vão decorrer à proteção terna de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da Catedral e da nossa Diocese.
É sob o seu olhar materna que a Diocese do Porto sempre caminhou ao longo da história. É sob a bênção constante deste mesmo olhar que vamos caminhar ao longo do novo Ano Pastoral, que hoje aqui se inicia. Feliz Ano Pastoral!
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