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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Primeira exortação apostólica do Papa Francisco

Citando a Agência Ecclesia, transcrevemos a publicação em que o Papa Francisco apela à renovação da Igreja.



Papa diz que mudança é «inadiável» e relança discussão sobre «conversão» do papado

Cidade do Vaticano, 26 nov 2013 (Ecclesia) – O Papa publicou hoje a sua primeira exortação apostólica, a ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho, em português), na qual defende uma renovação das estruturas da Igreja, incluindo a “conversão” do papado.

“Penso que não se deve esperar do magistério papal uma palavra definitiva ou completa sobre todas as questões que dizem respeito à Igreja e ao mundo”, escreve Francisco.

O documento, primeiro do género no atual pontificado, sustenta a necessidade de proceder a uma “salutar «descentralização»” nas estruturas eclesiais, por entender que “uma centralização excessiva, em vez de ajudar, complica a vida da Igreja e a sua dinâmica missionária”.

“Não convém que o Papa substitua os episcopados locais no discernimento de todas as problemáticas que sobressaem nos seus territórios”, explica Francisco.

Num texto em que deixa vários apelos à renovação da Igreja, o Papa diz que isso implica permanecer “aberto às sugestões” sobre o seu próprio ministério, para que “o torne mais fiel ao significado que Jesus Cristo pretendeu dar-lhe e às necessidades atuais da evangelização”.

“Dado que sou chamado a viver aquilo que peço aos outros, devo pensar também numa conversão do papado”, acrescenta.

Francisco, o primeiro Papa em seis séculos a ser eleito após uma renúncia do seu antecessor ao pontificado, recorda que João Paulo II (1920-2005) tinha pedido que o ajudassem a encontrar “uma forma de exercício do primado que, sem renunciar de modo algum ao que é essencial da sua missão, se abra a uma situação nova” (encíclica ‘Ut unum sint’, 25 de maio de 1995).

“Pouco temos avançado neste sentido. Também o papado e as estruturas centrais da Igreja universal precisam de ouvir este apelo a uma conversão pastoral”, destaca a ‘Evangelii Gaudium’.

“Exorto também cada uma das Igrejas particulares a entrar decididamente num processo de discernimento, purificação e reforma”, acrescenta.

Francisco escreve, a este respeito, que ainda não foi suficientemente “explicitado” um estatuto das conferências episcopais que as considere como “sujeitos de atribuições concretas, incluindo alguma autêntica autoridade doutrinal”.

O Papa reflete sobre a “renovação eclesial inadiável”, pedindo que não se tenha medo de “rever” costumes “não diretamente ligados ao núcleo do Evangelho”, bem como de algumas “normas ou preceitos eclesiais”.

Francisco diz sonhar com “uma opção missionária capaz de transformar tudo”, para toda a estrutura eclesial se torne “um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação”.

A exortação, que recolhe algumas das propostas do Sínodo dos Bispos de 2012, sobre a nova evangelização, destaca a importância da paróquia, exigindo que “esteja realmente em contacto com as famílias e com a vida do povo”.

O documento pontifício deixa um olhar particular sobre a ação da Igreja nas cidades, onde os católicos são convidados a “imaginar espaços de oração e de comunhão com caraterísticas inovadoras”.

O Papa alerta para a pretensão de “dominar o espaço da Igreja”, por parte de alguns dos seus membros, que acusa de “mundanismo”, antes de deixar um elogio aos “inúmeros cristãos que dão a vida por amor” e aos jovens que trazem consigo “novas tendências da humanidade”.

Francisco apela ainda  à superação do “clericalismo”, afirmando que a formação dos leigos e a “evangelização das categorias profissionais e intelectuais” constituem um “importante desafio” para a Igreja.

domingo, 24 de novembro de 2013

Cristo vence, reina e impera

Hoje transcrevemos a homilia do Santo Padre, Papa Francisco, no dia de Cristo Rei.




A solenidade de Cristo Rei do universo, que hoje celebramos como coroamento do ano litúrgico, marca também o encerramento do Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, para quem neste momento se dirige o nosso pensamento cheio de carinho e gratidão. Com esta iniciativa providencial, ele ofereceu-nos a oportunidade de redescobrirmos a beleza daquele caminho de fé que teve início no dia do nosso Baptismo e nos tornou filhos de Deus e irmãos na Igreja; um caminho que tem como meta final o encontro pleno com Deus e durante o qual o Espírito Santo nos purifica, eleva, santifica para nos fazer entrar na felicidade por que anseia o nosso coração.
 

Desejo também dirigir uma cordial saudação aos Patriarcas e aos Arcebispos Maiores das Igrejas Orientais Católicas, aqui presentes. O abraço da paz, que trocarei com eles, quer significar antes de tudo o reconhecimento do Bispo de Roma por estas Comunidades que confessaram o nome de Cristo com uma fidelidade exemplar, paga muitas vezes por caro preço.Com este gesto pretendo igualmente, através deles, alcançar todos os cristãos que vivem na Terra Santa, na Síria e em todo o Oriente, a fim de obter para todos o dom da paz e da concórdia.
 

As Leituras bíblicas que foram proclamadas têm como fio condutor a centralidade de Cristo: Cristo, centro da criação, do povo e da história.
 

1. O Apóstolo Paulo, na segunda Leitura tirada da Carta aos Colossenses, dá-nos uma visão muito profunda da centralidade de Jesus. Apresenta-O como o Primogénito de toda a criação: n’Ele, por Ele e para Ele foram criadas todas as coisas. Ele é o centro de todas as coisas, é o princípio. Deus deu-Lhe a plenitude, a totalidade, para que n’Ele fossem reconciliadas todas as coisas (cf. 1, 12-20). Esta imagem faz-nos compreender que Jesus é o centro da criação; e, portanto, a atitude que se requer do crente – se o quer ser de verdade - é reconhecer e aceitar na vida esta centralidade de Jesus Cristo, nos pensamentos, nas palavras e nas obras. Quando se perde este centro, substituindo-o por outra coisa qualquer, disso só derivam danos para o meio ambiente que nos rodeia e para o próprio homem.
 

2. Além de ser centro da criação, Cristo é centro do povo de Deus. Assim no-lo mostra a primeira Leitura, que narra o dia em que as tribos de Israel vieram procurar David e ungiram-no rei sobre Israel diante do Senhor (cf. 2 Sam 5, 1-3). Na busca da figura ideal do rei, aqueles homens procuravam o próprio Deus: um Deus que Se tornasse vizinho, que aceitasse caminhar com o homem, que Se fizesse seu irmão.
Cristo, descendente do rei David, é o «irmão» ao redor do qual se constitui o povo, que cuida do seu povo, de todos nós, a preço da sua vida. N’Ele, nós somos um só; unidos a Ele, partilhamos um só caminho, um único destino.
 

3. E, por último, Cristo é o centro da história da humanidade e de cada homem. A Ele podemos referir as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de que está tecida a nossa vida. Quando Jesus está no centro, até os momentos mais sombrios da nossa existência se iluminam: Ele dá-nos esperança, como fez com o bom ladrão no Evangelho de hoje.Enquanto todos os outros se dirigem a Jesus com desprezo – «Se és o Cristo, o Rei Messias, salva-Te a Ti mesmo, descendo do patíbulo!» –, aquele homem, que errou na vida mas arrepende-se, agarra-se a Jesus crucificado suplicando: «Lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino» (Lc 23, 42). E Jesus promete-lhe: «Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso» (23, 43). Jesus pronuncia apenas a palavra do perdão, não a da condenação; e quando o homem encontra a coragem de pedir este perdão, o Senhor nunca deixa sem resposta um tal pedido.
 

A promessa de Jesus ao bom ladrão dá-nos uma grande esperança: diz-nos que a graça de Deus é sempre mais abundante de quanto pedira a oração. O Senhor dá sempre mais do que se Lhe pede: pedes-Lhe que Se lembre de ti, e Ele leva-te para o seu Reino!Peçamos ao Senhor que Se lembre de nós, certos de que, pela sua misericórdia, poderemos partilhar a sua glória no Paraíso. Amen!

Por fim, deixamos uma música que convida à oração



O desenho...foi encontrado hoje na nossa capela e é da autoria de uma criança do nosso centro de catequese.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Um papa para o quotidiano



Hoje transcrevemos mais um artigo da Agência Ecclesia intítulado um Papa para o quotidiano...mas atreve-mo-nos a dizer que também o será para a história da Igreja e, consecutivamente, para a história da Humanidade:

Francisco é um Papa dos gestos e da palavra. Da proximidade e da profundidade. Do estar e do ser!

Não será fácil deslocar-se a Roma e participar numa celebração ou encontro presidido por Francisco. E enquanto não visita Portugal, o melhor mesmo é tentar acompanhar o Papa num dos muitos momentos em que se encontra com multidões, no Vaticano, nas celebrações ou em diversos encontros.

Aparentemente, Francisco  pode parecer um “ator” em contacto com multidões, a provocar reações nem sempre previsíveis por parte dos que o vêm por perto. Engano puro!

Ao contrário de qualquer estrela hollywoodesca, o Papa Francisco interessa-se pela felicidade dos que se cruzam com ele. Egoísmos ou egocentrismos não se adequam ao perfil do Papa nem transparecem na popularidade que ultrapassou todas as expectativas.

Para além dos momentos de festa, Papa Francisco surpreende sempre nas ocasiões em que a sua palavra toma conta do ambiente onde se reúnem milhares ou milhões de pessoas. É assim na Praça de São Pedro, foi assim na Jornada Mundial da Juventude, será assim nos locais por onde caminhar Francisco. E sempre para ser autêntico, provocante, profundo...

Acompanhar, pela televisão ou pela internet, uma celebração presidida pelo Papa é uma experiência cativante pelas imagens sugestivas e sobretudo pela possibilidade de ouvir Francisco. Habitualmente, são apenas excertos, pequenas frases as que se escutam do Papa. Mas é sempre estimulante ouvir Francisco durante minutos seguidos porque a mensagem é dita tendo em conta a realidade de cada pessoa e as suas circunstâncias na atualidade. E sugere pistas concretas para a vida de cada pessoa. Seja na concretização da experiência crente, na atualidade, seja no seu contexto pessoal, familiar ou profissional.

O Papa é, assim, para levar muito a sério. Porque são sérios, concretos e personalizados os desafios que sugere.

Para não ficar só na teoria, fixo um deles. O que o Papa Francisco dirigiu às famílias encontradas no Vaticano em peregrinação internacional, no último domingo.

Para levar por diante uma família, é necessário usar três palavras: com licença, obrigado, desculpa. Três palavras-chave! Peçamos licença para não ser invasivos em família. «Posso fazer isto? Gostas que faça isto?» Com a linguagem de quem pede licença. Digamos obrigado, obrigado pelo amor! Mas diz-me: Quantas vezes ao dia dizes obrigado à tua esposa, e tu ao teu marido? Quantos dias passam sem eu dizer esta palavra: obrigado! E a última: desculpa. Todos erramos e às vezes alguém fica ofendido na família e no casal, e algumas vezes – digo eu – voam os pratos, dizem-se palavras duras… Mas ouvi este conselho: Não acabeis o dia sem fazer a paz.

De facto, um desafio para levar a sério!

Paulo Rocha

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Ide sem medo para servir

Hoje transcrevemos um texto do Pe. Eduardo Novo disponível no site do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil e que nos convida a pensar sobre a Fé. 

Este texto dirige-se aos mais jovens, mas não só. Assim se dá mais um passo neste Ano da Fé iniciado pelo Papa Bento XVI.



Se a Fé é luz e tudo é graça, o trabalho que Deus faz em nós é luz, que não se pode esconder. Transparece em gestos e modos de estar, mas também na forma e ação no conteúdo daquilo que podemos dizer. Poder ser luz para alguém é colaborar com o desejo de Deus de estar com cada um.
O Ano da Fé, ajuda-nos a perceber que este dinamismo se traduz no que é ser crente. Fazer da Fé vida, e sentido para a vida. É um acto de amor que gera e comunica amor. Porque ser crente é ser dinâmico, é movimentar-se em direcção aos outros para partilhar. Ser Crente e ser Cristão é escutar o convite de Jesus a conhecê-Lo. Quem faz a experiência do seu Amor, tem necessariamente que partilhar a beleza deste encontro. É o amor que nos torna evangelizadores " O Espírito de Amor é a alma da missão".
Por isso a Fé é inseparável da Esperança e da Caridade, e nos faz "Permanecer em Cristo", tema para o qual nos desafia o XV Fórum Ecuménico Jovem deste ano, que se realiza em Lamego dia 9 de novembro. Segundo o Novo Testamento, Jesus desejou que os seus seguidores fossem um só corpo e orou pela união dos mesmos (Jo 17,23). Os jovens são voz dessa esperança. O Fórum Ecuménico Jovem, tem vindo a criar uma plataforma de convivência ecuménica, de envolvimento das comunidades cristãs de enorme importância, pelo testemunho de autenticidade e de diálogo que traduzem. Estes impulsos de atividade são testemunho verdadeiro da vivência de Deus, e podem ser vistos como um projeto centrado em Cristo, que oferece profunda motivação da Fé vivida em comunidade e em verdade.
A mesma Fé que professamos, que não muda as coisas mas o nosso olhar sobre as coisas e as pessoas, encarnada e vivida exige projetos metidos na vida e no terreno, num diálogo aberto ao mundo, de modo a transmitir a razão de fé em contexto multirreligioso e multicultural.
Para isso é importante recuperar uma visão humanizante de educação hoje " O amor rico de inteligência e de inteligência plena de amor". (Bento XVI), educar o coração do homem como Deus o fez atingindo o modelo pedagógico do evangelho. Eu represento o que cristo me ensina a ensinar (exemplo de Emaús : Jesus aceita caminhar na direcção errada, Jesus não reage, caminha com eles..)
Educar é uma arte e ninguém vive uma arte no amadorismo...
Urge Educar na Fé, para testemunhar com Alegria a Boa Nova.
Não te conformes transforma-te. (Rom 12,2)

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Papa Francisco (animação)

Alguém que muito tem marcado a actualidade internacional e a história da Igreja é o Papa Francisco. No seu estilo que tanto tem de muito próprio, como de simples tem vindo a operar pequenas grandes mudanças na Igreja.

Hoje partilhamos um video de animação sobre ele. Fica a sugestão para o apresentarem aos mais pequenos, nomeadamente para ser utilizado pelos catequistas.