Hoje transcrevemos a homilia do Santo Padre, Papa Francisco, no dia de Cristo Rei.
A solenidade de Cristo Rei
do universo, que hoje celebramos como coroamento do ano litúrgico, marca também
o encerramento do Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, para quem neste
momento se dirige o nosso pensamento cheio de carinho e gratidão. Com esta
iniciativa providencial, ele ofereceu-nos a oportunidade de redescobrirmos a
beleza daquele caminho de fé que teve início no dia do nosso Baptismo e nos
tornou filhos de Deus e irmãos na Igreja; um caminho que tem como meta final o
encontro pleno com Deus e durante o qual o Espírito Santo nos purifica, eleva,
santifica para nos fazer entrar na felicidade por que anseia o nosso coração.
Desejo também
dirigir uma cordial saudação aos Patriarcas e aos Arcebispos Maiores das
Igrejas Orientais Católicas, aqui presentes. O abraço da paz, que trocarei com
eles, quer significar antes de tudo o reconhecimento do Bispo de Roma por estas
Comunidades que confessaram o nome de Cristo com uma fidelidade exemplar, paga
muitas vezes por caro preço.Com este gesto
pretendo igualmente, através deles, alcançar todos os cristãos que vivem na
Terra Santa, na Síria e em todo o Oriente, a fim de obter para todos o dom da
paz e da concórdia.
As Leituras
bíblicas que foram proclamadas têm como fio condutor a centralidade de Cristo:
Cristo, centro da criação, do povo e da história.
1. O Apóstolo
Paulo, na segunda Leitura tirada da Carta aos Colossenses, dá-nos uma visão
muito profunda da centralidade de Jesus. Apresenta-O como o Primogénito de toda
a criação: n’Ele, por Ele e para Ele foram criadas todas as coisas. Ele é o
centro de todas as coisas, é o princípio. Deus deu-Lhe a plenitude, a
totalidade, para que n’Ele fossem reconciliadas todas as coisas (cf. 1, 12-20). Esta
imagem faz-nos compreender que Jesus é o centro da criação; e, portanto, a
atitude que se requer do crente – se o quer ser de verdade - é reconhecer e
aceitar na vida esta centralidade de Jesus Cristo, nos pensamentos, nas
palavras e nas obras. Quando se perde este centro, substituindo-o por outra
coisa qualquer, disso só derivam danos para o meio ambiente que nos rodeia e
para o próprio homem.
2. Além de ser
centro da criação, Cristo é centro do povo de Deus. Assim no-lo mostra a
primeira Leitura, que narra o dia em que as tribos de Israel vieram procurar
David e ungiram-no rei sobre Israel diante do Senhor (cf. 2 Sam 5, 1-3). Na
busca da figura ideal do rei, aqueles homens procuravam o próprio Deus: um Deus
que Se tornasse vizinho, que aceitasse caminhar com o homem, que Se fizesse seu
irmão.
Cristo, descendente do rei David, é o «irmão» ao redor do qual se constitui o povo, que cuida do seu povo, de todos nós, a preço da sua vida. N’Ele, nós somos um só; unidos a Ele, partilhamos um só caminho, um único destino.
Cristo, descendente do rei David, é o «irmão» ao redor do qual se constitui o povo, que cuida do seu povo, de todos nós, a preço da sua vida. N’Ele, nós somos um só; unidos a Ele, partilhamos um só caminho, um único destino.
3. E, por último,
Cristo é o centro da história da humanidade e de cada homem. A Ele podemos
referir as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de que está
tecida a nossa vida. Quando Jesus está no centro, até os momentos mais sombrios
da nossa existência se iluminam: Ele dá-nos esperança, como fez com o bom
ladrão no Evangelho de hoje.Enquanto todos os
outros se dirigem a Jesus com desprezo – «Se és o Cristo, o Rei Messias,
salva-Te a Ti mesmo, descendo do patíbulo!» –, aquele homem, que errou na vida
mas arrepende-se, agarra-se a Jesus crucificado suplicando: «Lembra-Te de mim,
quando entrares no teu Reino» (Lc 23, 42). E Jesus promete-lhe: «Hoje mesmo
estarás comigo no Paraíso» (23, 43). Jesus pronuncia apenas a palavra do
perdão, não a da condenação; e quando o homem encontra a coragem de pedir este
perdão, o Senhor nunca deixa sem resposta um tal pedido.
A promessa de Jesus
ao bom ladrão dá-nos uma grande esperança: diz-nos que a graça de Deus é sempre
mais abundante de quanto pedira a oração. O Senhor dá sempre mais do que se Lhe
pede: pedes-Lhe que Se lembre de ti, e Ele leva-te para o seu Reino!Peçamos ao Senhor que Se lembre de nós, certos de que, pela
sua misericórdia, poderemos partilhar a sua glória no Paraíso. Amen!
Por fim, deixamos uma música que convida à oração
O desenho...foi encontrado hoje na nossa capela e é da autoria de uma criança do nosso centro de catequese.
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