Páginas

domingo, 29 de junho de 2014

S. Pedro

Em dia de solenidade de S. Pedro e S. Paulo, vamos aqui "falar" sobre o apóstolo mais "celebrado" no nosso país: S. Pedro. 







São Pedro (1a.C-67) foi apóstolo de Cristo. É tido como o fundador da Igreja Cristã em Roma. É considerado pela Igreja Católica como o seu primeiro papa. As principais fontes que relatam a vida de São Pedro são os quatro Evangelhos em que Pedro aparece com destaque em todas as narrativas.

São Pedro (1a.C-67) nasceu em Betsaida, na Galileia. É filho de Jonas e irmão do apóstolo André e o seu nome de nascimento era Simão. Pescador, trabalhava com o irmão e o pai. Por indicação de João Batista, foi levado pelo irmão André, para conhecer Jesus Cristo. No primeiro encontro Jesus o chamou de Kepha, que em aramaico significava pedra, e traduzido para o grego Petros, determinando ser ele o apóstolo escolhido para liderar os primeiros pregadores da fé cristã pelo mundo.

Pedro foi escolhido como o chefe da cristandade na terra: "E eu te digo: Tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus". Convertido, despontou como líder dos doze apóstolos, foi o primeiro a perceber em Jesus o filho de Deus.

Junto com seu irmão e os irmãos Tiago e João Evangelista, Pedro fez parte do círculo mais próximo de Jesus entre os doze apóstolos. Esteve presente nos mais importante milagres do Mestre sobre a terra. Foi o primeiro apóstolo a ver Cristo após a Ascensão. Fez seu primeiro sermão no dia de Pentecostes e peregrinou por várias cidades.

Encontrou-se com São Paulo em Jerusalém, e apoiou a iniciativa deste, de incluir os não judeus na fé cristã, sem obrigá-los a participarem dos rituais de iniciação judaica. Após esse encontro foi preso por ordem do rei Agripa I. Foi encaminhado a Roma durante o reinado de Nero, onde passou a viver. Ali fundou e presidiu a comunidade cristã, base da Igreja Católica Romana, e por isso segundo a tradição, foi executado por ordem de Nero. Conta-se também que pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por se julgar indigno de morrer na mesma posição de Cristo.

O seu túmulo encontra-se sob a catedral de S. Pedro, no Vaticano, e é autenticado por muitos historiadores.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

S. João

Hoje falamos sobre o S. João, o santo popular mais festejado na nossa cidade do Porto - mas não é só no Porto e em Portugal que há festas joaninas.




S. João Batista terá nascido na Judeia, no ano 2 a. C., e morrido em 30 d. C. Era filho de Zacarias, um sacerdote judaico, e de Isabel, prima de Maria. Introduziu o batismo, como prática na conversão de gentios, cerimónia que mais tarde seria adotada pelo cristianismo.
 
Surge como um precursor de Jesus Cristo, que veio a batizar, no rio Jordão, e a reconhecer como o verdadeiro messias. Partiu para o deserto para pregar.
 
Censurou Herodes Antipas por ter cometido adultério com a sua cunhada, Herodíade. Foi, por isto, preso e, mais tarde, decapitado, a pedido de Salomé, sobrinha do rei e filha de Herodíade (São João Baptista. In Infopédia: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-06-22])

O S. João, no Porto, é a festa das “gentes”, da poesia popular, dos “versos brejeiros” e do culto do fogo e da natureza. A noite de 23 de junho é a mais longa do ano para os portuenses.

Diz Germano Silva que o S. João vai evoluindo conforme a cidade evolui”, recordando que “as ruas dos Caldeireiros, do Almada - onde as varandas ficavam todas iluminadas – e a Praça da Liberdade - com o fogo preso - já foram os epicentros” da festividade. O auge do arraial chegou também a ser junto ao Bolhão e no Mercado do Anjo que, entretanto, encerrou. Nos anos 50, o fogo de artifício era lançado na Serra do Pilar “para que as pessoas o vissem das Fontainhas”.
 
O historiador recorda também o arraial das Fontainhas que, não sendo o mais antigo da cidade, se transformou na verdadeira “meca” do S. João do Porto. Em meados do século XIX, “um senhor decidiu construir uma cascata monumental e oferecia café quente e pão com manteiga a quem a fosse ver”, explicou, esclarecendo que, com o tempo, se tornou “quase obrigatório” a passagem pelas Fontainhas nesta época. (http://www.viva-porto.pt/)

Quem cá nos visitar que traga o martelinho e alho porro e vai por certo levar folia, boa disposição e um mangerico de recordação.

sábado, 21 de junho de 2014

O padroeiro Senhor Jesus da Boa-vista

Hoje trazemos um texto escrito pela catequista Adelaide, sobre a festividade do padroeiro da nossa Capela de Montebelo: o Senhor Jesus da Boa-vista que, coincidiu com a Festa do Envio dos Crismandos, os jovens do 10º ano




Este ano estas duas celebrações coincidiram e se por um lado  a Festa  do Senhor Jesus da Boa-vista tem por base a devoção da nossa Confraria ao Jesus Crucifixado sinal do amor de Jesus,   a Festa do Envio é aquela em que os crismandos  se comprometem publicamente   a prosseguir na Fé e dar o seu  testemunho.  Será destes jovens é que sairão os futuros catequistas, os leitores, os acólitos, os mesários  e outros servidores da igreja.


Deste modo,  se por um lado temos os irmãos da confraria  que dão o testemunho da sua  fé  no seu dia a dia, junta-se a nova geração dos que vão receber os dons do Espírito Santo e confirmados na Fé se comprometem  a serem TESTEMUNHAS. 


No momento do compromisso os novos crismandos receberem os símbolos  que os devem acompanhar nesta nova  caminhada da vida:


A vela

Há pessoas que vivem mergulhados na escuridão:

 Ide e oferecei-lhe a LUZ.

A corrente

Há pessoas que vivem acorrentadas na escravidão:

      Ide e lutai com elas pela LIBERDADE.


O pão

Há pessoas que vivem esfomeadas de valores autênticos:

        Ide e reparti com elas o pão da VERDADE.


A pagela com o caminho

Há pessoas que vivem enredadas em palavras ocas:

      Ide e anunciai a BOA NOVA DE DEUS.


A cruz

Há pessoas que vivem dentro do egoísmo:

Ide e falai-lhes do AMOR.

O rosto de Cristo

Há pessoas que vivem angustiadas nas garras da morte:

      Ide e partilhai com elas a VIDA.


A água

Há pessoas que vivem no materialismo que nada produz:

      Ide a ajudai-as a cultivar os frutos do Espírito


sábado, 14 de junho de 2014

Santo António

Trazemos hoje uma pequena biografia de Santo António, elaborada pelo catequista Eduardo





Fernando de seu nome de batismo, Santo António de Lisboa, ou Santo António de Pádua, nasceu por volta de 1195, em Lisboa, e morreu a 13 de junho de 1231, em Pádua, na Itália.Aos vinte anos professou a vida religiosa entre os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, no Mosteiro de S. Vicente de Fora. Ordenado sacerdote em 1220, fez-se frade franciscano no eremitério de Santo Antão dos Olivais, partindo depois para Marrocos em missão de apostolado aos muçulmanos.Foi dos mais categorizados representantes da cultura cristã no período de transição da pré-escolástica para a escolástica. Figura notável pela sua erudição, impôs-se também pelo exemplo na pregação solene e doutrinal, na discussão com os hereges e no ensino nas escolas conventuais. Por isso, é ainda hoje considerado uma das personalidades franciscanas mais significativas.
 
Foi canonizado pelo papa Gregório IX, em 30 de maio de 1233. Em Pádua foi erigida uma conhecida basílica em sua memória, e lá se encontram as suas relíquias. (1)
 
Em 1934 o Papa Pio XI proclamou-o segundo padroeiro de Portugal, a par de Nossa Senhora da Conceição.

Santo António é vulgarmente considerado como um santo casamenteiro, pois, segundo a lenda, era um excelente conciliador de casais. É particularmente venerado na Cidade de Lisboa e o seu dia comemorativo, 13 de junho, é feriado municipal. Contudo, as festas em honra de Santo António começam logo no dia 12 com a realização dos Casamentos de Santo António, evento inserido nas Festas da Cidade.
  (2)

 
Oração a Santo António

Ó grande e bem-amado
Santo António de Lisboa!
Vosso amor a Deus e ao próximo,
vosso exemplo de vida cristã,
fizeram de vós
um dos maiores Santos da Igreja.
Eu vos suplico
tomar sob vossa protecção valiosa
minhas ocupações,
empreendimentos,
e toda a minha vida.
Estou persuadido
de que nenhum mal
poderá atingir-me
enquanto estiver
sob a vossa protecção.
Protegei-me e defendei-me:
sou um pobre pecador.
Recomendai minhas necessidades
e apresentai-vos
como meu medianeiro a Jesus,
a quem tanto amais.
Por vosso mérito,
Ele aumente minha fé e caridade,
console-me nos sofrimentos,
livre-me de todo mal
e não me deixe sucumbir na tentação.
Ó Deus poderoso,
livrai-me de todo o perigo
do corpo e da alma.
Auxiliado continuamente por Vós,
possa viver cristãmente
e santamente morrer.
Ámen.

(1) Santo António de Lisboa. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-06-12].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$santo-antonio-de-lisboa>.

(2) Casamentos de Santo António. In site da Câmara Municipal de Lisboa. [Consult. 2014-06-12].
Disponível na www: <URL: http://www.cm-lisboa.pt/casamentos-de-santo-antonio/historia>.

domingo, 8 de junho de 2014

Pentecostes

Em dia de Pentecostes, transcrevemos um breve comentário elaborado pelo P. Franclim Pacheco da Diocese de Aveiro:



Na solenidade de Pentecostes o texto evangélico é ainda tirado do evangelho de S. João e é importante lê-lo em paralelo com o texto de Act 2,1-11 que descreve o dom do Espírito ao grupo dos discípulos. A importância da festa litúrgica e do seu sentido eclesial, além do sentido cristológico, orienta-nos para a compreensão do texto bíblico.

O cumprimento da Páscoa, cinquenta dias depois, na festa do Pentecostes, que em Israel celebrava o dom da Lei, faz-nos compreender a ligação estreita entre Jesus ressuscitado, o Espírito Santo e a vida da Igreja. De facto, o dom do Espírito parte da Páscoa, é dom do Pai e do Filho e conduz a Igreja para a plenitude do Reino, pois guia, ilumina e sustenta os crentes na missão de anunciar o evangelho, continuando a obra do seu Mestre, o Senhor Jesus. O elo do Amor no seio da vida trinitária, o Espírito divino, torna-se assim o vínculo que une a comunidade crente e torna-a testemunha credível no mundo.

O texto deste domingo é parte do evangelho que escutámos no domingo de Páscoa em que o encontro do Senhor ressuscitado com os seus é acompanhado precisamente do dom do Espírito Santo e da missão; nesta solenidade o acento cai sobre o segundo elemento e sobre o papel do Espírito na vida do cristão, temáticas antecipadas nos textos dos dois últimos deste tempo pascal.

O texto coloca-nos no dia da ressurreição, em Jerusalém; depois da primeira parte do dia dia, com a descoberta do túmulo vazio, a visita de Pedro e João e das mulheres e o testemunho de Maria Madalena, chegou a tarde. O lugar não é especificado, o evangelista quer atrair a atenção para o carácter eclesial do acontecimento. Recordemos que para João ressurreição e dom do Espírito são um só acontecimento e, por isso, colocados no mesmo dia. A indicação da tarde pode, além disso, fazer referência às reuniões dominicais das primeiras comunidades cristãs.

Os discípulos, não somente os apóstolos, estão reunidos com as portas fechadas, com medo, numa situação de angústia que muda radicalmente com a chegada de Jesus que se faz presente aos seus discípulos naquela tarde como em qualquer outra circunstância ou tempo; a sua saudação «Paz a vós» (Shalom) é um dom efectivo de paz, como o próprio Jesus tinha prometido: «É a minha paz que eu vos dou; não a dou à maneira do mundo» (Jo 14,27). Jesus mostra as mãos e o lado, donde tinha saído sangue e água, para mostrar a fonte da eficácia salvífica da sua morte. Além disso sublinha-se a identidade entre o Senhor glorioso da Igreja e o Jesus crucificado. Os discípulos reconhecem imediatamente Jesus, sem reservas.

Jesus diz-lhes de novo: «Paz a vós». Com a ressurreição, Jesus deu início a um tempo novo, assinalado pela alegria, mas também caracterizado por uma nova tarefa confiada aos discípulos. «Como o Pai me enviou, também eu vos envio». Não se trata dum confronto entre duas acções de envio, a do Pai em relação ao Filho e deste em relação aos discípulos; é indicada, isso sim, a forte continuidade duma única missão recebida do Pai, primeiro por Jesus e agora pelos discípulos, não somente aqueles, presentes em Jerusalém, mas também os do futuro, de todas as épocas e lugares.

Após o envio segue-se o dom do Espírito Santo, em vista da missão de que são investidos os discípulos. O gesto de Jesus reproduz o gesto primordial da criação do homem, o que mostra o objectivo bem claro de sugerir que se trata aqui duma nova criação. Jesus glorificado comunica o Espírito que faz renascer o homem, concedendo-lhe poder partilhar a comunhão com Deus.

A seguir fala-se de perdão dos pecados. Referindo-se a Mt 26,28 e ao que é comum nos evangelhos, agora João explicita o conteúdo do mandato confiado aos discípulos: o perdão dos pecados, o dom da misericórdia. A fidelidade  de Jesus ao Pai na sua paixão e morte trouxe a salvação que se concretiza no acolhimento do pecador e na condenação do pecado. Graças à vitória de Cristo a salvação divina prevaleceu sobre as trevas e atingiu todas as pessoas através do ministério dos discípulos.

A formulação em positivo e negativo deste versículos deve-se ao estilo semítivo que exprime através dos contrários «perdoar/reter» a totalidade do poder misericordioso transmitido pelo Ressuscitado aos discípulos. Salvação para quem crê e acolhe o dom de Jesus, condenação para quem não se abre a Ele com fé.