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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Mensagem de Natal

Neste dia que antece o dia especial que é o Natal, transcrevemos aqui a mensagem de Natal do Bispo do Porto, António Francisco dos Santos:




Um Natal sem embargo

1. Mais do que de palavras, o Natal é feito de vida, de gestos e de pessoas. O Natal é feito de Deus. Celebrar Natal é celebrar o nascimento do Filho de Deus.
Nestas semanas de Advento tenho visitado paróquias e instituições. Em todos os lugares encontrei sempre pessoas e famílias, casas e comunidades com vida e alma de Natal.
Inspira-se esta mensagem de Natal, o primeiro que vivo no Porto, num relato simples, recebido por entre confidências de memórias do tempo e desafios da missão que Deus me confia. Vem esta história de vida de uma família de nome conhecido no País e prestigiado na nossa Cidade. O pai, médico de profissão, costumava sair de casa cedo, na véspera de Natal, como se tivesse diante de si um longo dia de trabalho.

No ano em que o seu terceiro de seis filhos concluiu o Curso de Medicina convidou-o a acompanhá-lo nessa aparente rotina de Natal. Levou-o a Valadares a visitar uma senhora pobre e só, doente cancerosa, sem família que a pudesse ajudar. Depois passou por um Orfanato do Porto, assim se dizia ao tempo, visitou as crianças e colocou discretamente nas mãos da Irmã Superiora um envelope com uma oferta. Aí se demorou durante a manhã.
O filho médico, agora dedicado a uma grande Instituição de Bem da nossa cidade, ao evocar com emoção este gesto, disse-me que, nesse dia, o pai lhe ensinou a viver sempre com espírito de Natal a sua vida como vocação e como missão de serviço ao bem.
O Natal é para os cristãos e para os homens e mulheres de boa vontade um tempo para que Deus nasça no coração humano e uma escola onde o bem, a bondade, a solidariedade e a alegria do evangelho se vivem, se encontram, se aprendem e se ensinam.

2. No mesmo dia e à mesma hora em que ouvia esta bela lição de Natal, que vai habitar a minha vida toda e para sempre, soube que, com a ajuda discreta, silenciosa e eficaz do Papa Francisco, a celebrar, nesse dia, o seu aniversário, tinha terminado o embargo da poderosa Nação americana à pequena Ilha de Cuba, depois de 53 anos de sofrimento desnecessário e de protestos inúteis.
O fim do embargo não foi apenas a melhor prenda de aniversário para o Papa Francisco. Foi, também, uma grande bênção de Natal para o Mundo.
Há 2.000 anos, apesar de todas as profecias e advertências divinas, Jesus não teve lugar para nascer nas hospedarias convencionais. Nasceu na periferia da cidade de Belém, no seio de uma família estrangeira, que vinha de longe!
É propósito pastoral da nossa Diocese fazer da “alegria do evangelho a nossa missão”. Queremos construir no coração de cada um de nós, no espaço abençoado das nossas famílias e no âmbito celebrativo da fé das nossas paróquias “uma casa para a alegria do evangelho”.
Queremos ser casas e igrejas de portas abertas onde todos possam entrar e celebrar Natal. Queremos sentar os pobres à nossa mesa de Natal, mas precisamos, também nós, de nos sentarmos à mesa dos pobres e com eles partilharmos a vida, afirmarmos a nossa presença solidária e testemunhamos a beleza da fé para que não haja espaços vazios que ninguém ocupe, caminhos que ninguém percorra, pessoas que ninguém conheça, visite ou ame.

3. Partilharei a refeição de Consoada dos “Sós”, preparada numa das paróquias da periferia da nossa Cidade, e viverei o domingo a seguir ao Natal, que é o dia litúrgico da Família de Nazaré, com os sem abrigo numa das paróquias do centro do Porto.
Penso com particular afeto e permanente oração nas famílias feridas pela morte prematura de algum dos seus membros, magoadas pela doença, atingidas pela rutura do amor ou a viver a provação da falta de trabalho que o desemprego sem fim à vista provoca. Sei que para estas famílias o Natal é mais difícil mas mais necessário!
São muitas também as lágrimas de tantas mães que choram a morte dos seus filhos e de muitas famílias que se vêm separadas pela emigração forçada pela crise social que atinge o nosso País ou imposta pelas guerras e desavenças políticas em tantos povos do Mundo.
O Natal é, também, tempo para saudar as pessoas e agradecer as instituições que neste tempo afirmam com a verdade de sempre e com maior visibilidade o bem que realizam como apóstolos da bondade de Deus e como servidores da alegria do evangelho, para que o Natal aconteça e esteja ao alcance de todos.
Procuremos fazer do Natal de 2014 tempo de alegria, de esperança, de paz, de misericórdia, de bondade e de reconciliação, ancorando-nos na certeza de que Deus fez morada entre nós, tem berço no coração dos cristãos e está vivo e presente no meio do seu Povo.
Em comunhão fraterna com os Bispos que servem esta Igreja do Porto ou aqui vivem, desejo aos sacerdotes, diáconos, consagrados (as) e leigos (as) diocesanos e diocesanas desta amada Diocese do Porto, a quantos aqui habitam ou nos visitam nesta época do ano, um santo e abençoado Natal!

Porto, 21 de dezembro de 2014
António, Bispo do Porto

domingo, 7 de dezembro de 2014

Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria - Padroeira principal de Portugal

Amanhã vamos celebrar a solenidade de Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria - padroeira principal de Portugal.




Este ano a celebração foi organizada pelo grupo de catequese de adultos do nosso centro de catequese, composto por aproximadamente duas dezenas de adultos e jovens adultos do centro de catequese (catequistas), elementos do grupo coral, da mesa administrativa da confraria do Senhor Jesus da Boa-vista e por alguns membros da comunidade. É um grupo plural e diversificado com idades entre os 17 e os 70's...aqui a idade deixa de ter limite máximo. 

Para este grupo em particular esta solenidade tem um significado muito especial pois durante muitos anos este foi o "dia da mãe". Assim, e seguindo a proposta da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa vamos nele incluir a bênção das grávidas - pedindo aos nossos leitores que partilhem esta publicação com as futuras mães que conhecem:



Ó Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, 
estrela da nova evangelização, 
Senhora da vida,intercedei ao vosso Divino Filho
por todas as mulheres que esperam o nascimento dos seus filhos,
para que cada mãe que acalenta no seu seio uma vida nascente, 
viva na saúde da alma e do corpo a alegria do amor de Deus pela humanidade.

Ó Maria bem-aventurada perante todas as gerações, 
porque o Todo-Poderoso realizou em vós maravilhas, 
rogai a Deus por todas as mulheres grávidas, 
com o vosso amor de Mãe, Mestra e Rainha portadora da salvação, 
para que as abençoe, proteja e guarde na paz, alegria, fidelidade e bem-estar.
Nós vos pedimos por vosso Filho Jesus Cristo, que é Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.
Ámen
 



segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Advento - tempo de Alegria

Hoje transcrevemos um texto do Editorial do Altos Voos, sobre este tempo de Advento



ESPERAMOS COM ALEGRIA

“A alegria é algo que sempre esperamos. É um golpe de asa que faz gigantes os desejos mais tímidos. Saber esperar. Esperar é uma sabedoria... É experimentar o “click”!  Com o Advento, a espera, a certeza e a alegria ganham nova e profunda dimensão.  O Advento faz-me voltar para o interior. O tempo da espera é esta grande metáfora de me dar conta  de  que  estou  sempre  em  caminho  em  direcção  a algo  que  me  está  a  ser  dado continuamente.  Quando  esperamos,  o  que  acontece  em  nós? 

Esperamos algo  que  não  temos,  e  é precisamente  a  espera  que  dá  alegria  ao  momento  em que  obtemos  o  que  esperávamos. Todos temos imensas histórias que podem dar exemplo disso! Quando se espera, deixa-se o presente para centrar energias num futuro que é uma promessa feliz. Por isso, a espera tem sempre  uma  surpresa  escondida,  é  uma  fonte  de  alegria  e  vem  sempre  associada  com  a confiança e esperança. Deixar-me levar na esperança e confiança de um Sonho de Deus para a minha Vida... Quando me dou conta de coisas fundamentais como ser amigo, saber perdoar, ser justo, solidário, esperar sem pressa.... Surgem encontros que trazem luz e cor... Não seria razoável esperar indefinidamente algo que nunca poderá vir a acontecer. O Natal é a celebração do nascimento de Deus que se faz Homem. Deus que entra na nossa história. O Natal faz-me ter a certeza de que acontece já a  manifestação de Deus na minha Vida, que verdadeiramente Ele chega até mim. Ir à Fonte da Alegria! Uma alegria tão profunda, como se nos revela no Evangelho de Lucas: os diálogos de Maria, o seu cântico; no relato do velho Simeão; da profetiza Ana... Este  tempo,  é  assim  um  tempo  de  procura  e  encontro de  Paz,  com novas  partilhas,  novos projectos, novas dimensões... Estar atento é saber ver os sinais! O tempo traz sempre sinais de esperança...   Cultivar a Alegria, alegria mais profunda, de ter a certeza que Deus nunca desiste de nós e que está sempre connosco, em tudo! Só nos resta agradecer, por tudo ser assim... tão pleno...e é esta Alegria de Deus connosco, que irradia poemas de Esperança.