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sábado, 26 de julho de 2014

A fecundidade da terra está nas pessoas

Hoje trazemos mais um texto da agência Ecclesia, da autoria de Paulo Rocha, ótimo para ler nesta altura de férias



Férias, praia, regresso de emigrantes, encontros a gerar imagens que não se esquecem; a criar momentos que passam para molduras exibidas na memória principal muitas famílias, grupos ou comunidades. Entre quem sai e quem fica, estes instantes acontecem após a ausência de um rosto, ao longo de um ou mais anos e em episódios não poucas vezes anedóticos pela linguagem hibrida, mestiçagem de tradições e culturas ou a mistura de hábitos do quotidiano das origens com os de destino.

Procurar um local de férias, voltar ao seio da natalidade, descobrir tesouros em paisagens milenares e tentar perceber o que de melhor preenche o horizonte é um exercício sempre desafiante e possível de repetir vezes sem fim. Até para descobrir riquezas, produtos naturais que dão valor a uma porção de terra e que mostram a sua fecundidade, a sua capacidade de dar fruto para quem a habita e para quem por ela passa.

Visitar lugares de encontro habitual ou chegar à novidade de uma latitude não pode oferecer só a possibilidade de admirar o que os olhos contemplam e é dado pela natureza. Tem de ir além do que nasce, cresce, morre e volta a crescer pela força da terra, pelo sol que desponta e a chuva que densifica. Milagre da Mãe Natureza que a física, a química ou as ciências biológicas nunca alcançam plenamente e que mostram a força da Terra.

Mas não podem ficar por aí os olhares descansados dos dias de verão. Porque não é na terra que se encontra o que de melhor dela sai, mas nas pessoas que a habitam. Encontrar outras culturas ou o regressar ao ambiente natal, olhar o desconhecido ou percorrer espaços que viram crescer pessoas e famílias é oportunidade para o espanto diante do que cada um tem de melhor, porque mais autêntico. Experiência destes dias como do encontro entre o azeite e a água!

Há encontros com a energia de uma porção de terra, de uma comunidade ou um País que não se compreendem apenas com a classificação botânica ou as estatísticas de desenvolvimento. É necessário estar e ser com outras pessoas. Tanto em encontros ocasionais como nos reencontros entre companheiros de outros tempos.

As memórias podem exploram – apenas - o que de melhor cada um tem e foi capaz de colocar ao serviço de todos. (Pena é que nem sempre as pessoas assim sejam!)

Em férias, praia ou no encontro com quem regressa da emigração, faça-se a exibição de tudo o que se construiu, mostrem-se percursos de vida, os frutos de uma geração ou um ano de trabalho qual festa das colheitas, um verdadeiro “São Miguel” antecipado… Porque a fecundidade da terra está nas pessoas!

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